8 de abril de 2020

Cuiabá, agora com 301 anos.


Em 1718, um bandeirante chamado Pascoal Moreira Cabral Leme subiu pelo rio Coxipó e descobriu enormes jazidas de ouro, dando início à corrida do ouro, fato que ajudou a povoar a região. No ano seguinte foi fundado o Arraial de Cuiabá. Em 1726, o Arraial de Cuiabá recebeu novo nome: Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Em 1748, foi criada a capitania de Cuiabá, lugar que concedia isenções e privilégios a quem ali quisesse se instalar. 

As conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tratado de Madrid, em 1750. No ano seguinte, o então capitão-general do Mato Grosso, Antonio Rolim de Moura Tavares, fundou, à margem do rio Guaporé, a Vila Bela da Santíssima Trindade. Entre 1761 e 1766, ocorreram disputas territoriais entre portugueses e espanhóis, depois daquele período as missões espanholas e os espanhóis se retiraram daquela região, mas o Mato Grosso somente passou a ser definitivamente território brasileiro depois que os conflitos por fronteira com os espanhóis deixaram de acontecer, em 1802. 

Na busca de índios e ouro, Pascoal Moreira Cabral e seus bandeirantes paulistas fundaram Cuiabá a 8 de abril de 1719, num primeiro arraial, São Gonçalo Velho, situado nas margens do rio Coxipó em sua confluência com o rio Cuiabá. 

Em 1°de janeiro de 1727, o arraial foi elevado à categoria de vila por ato do Capitão General de São Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes. 

Cuiabá passou então por processos que a levaram a crescer de forma econômica, política e populacional. 

A melhor maneira de se entender o processo de evolução urbana, é a periodização proposta por Freire (1988) que, em função dos aspectos que caracterizam diferentes momentos do desenho urbano e da arquitetura, distingue três ciclos de produção do espaço, na história urbana de Cuiabá: 

O Primeiro foi o Ciclo da Mineração, quando Cuiabá passa, a sediar a capital da Província de Mato Grosso, Cuiabá surgiu a partir da descoberta do ouro no vale do córrego da Prainha. Azevedo (1953) em sua obra encontra-se mapas mostrando a ocupação no século XVIII e meados do XIX, com a ocupação inicial concentrada ao longo do Córrego da Prainha, próximo à Igreja do Rosário, e no Porto, próximo ao Rio Cuiabá. 

O Segundo foi o Ciclo da Sedimentação Administrativa, que vai de 1820 a 1968, quando dinamitaram a Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, o mais importante monumento barroco do Centro-Oeste. 

O Terceiro foi o Ciclo da Modernização, incrementado a partir de 1968 quando efetivamente se inicia a diversificação das funções urbanas da cidade, sob a pressão das frentes pioneiras. O mesmo começou a se formar com a construção de Brasília, que veio fortalecer o crescimento das cidades em Goiás e Mato Grosso. Os primeiros fluxos migratórios da década de 1960 começaram a exercer pressão sobre a cidade, de estrutura urbana despreparada para absorvê-la. Com o início da construção da rodovia Cuiabá/Porto Velho, Cuiabá deixou de ser uma cidade de fim de linha para assumir a posição de medianeira urbana do projeto de ‘integração nacional’ da Amazônia. A “cidade de Cuiabá situa-se no centro geodésico da América do Sul, sendo as coordenadas geográficas, 15º35’56” latitude Sul e 56º06’01” longitude Oeste. Cuiabá é uma cidade pertencente à região centro-oeste do Brasil mais precisamente no estado do Mato Grosso sendo a capital do mesmo. O município possui uma área de 3.224,68 Km², a área urbana ocupa 251,94 Km² e a área rural ocupa 2.972,74 Km², limita-se ao norte, com os municípios de Acorizal, Rosário Oeste e Chapada dos Guimarães, ao leste com Chapada dos Guimarães, ao sul com Santo Antônio de Leverger e a oeste com Várzea Grande e Acorizal (MAITELLI, 1994). Está a uma altitude de 165 metros acima do nível do mar, variando em sua área urbana de 146 a 250 metros. Situa-se na província geomorfológica denominada Depressão Cuiabana. Na área urbana e seu entorno, assinala sete unidades distintas segundo o modelo do relevo: canal fluvial, dique marginal, planície de inundação, área alagadiça, área aplainada, colinas e morrotes, que apresentam características próprias e comportamento específico quanto às diversas formas de uso e ocupação do solo, (CUIABÁ, 2004). 

Hoje se consolida como a capital do agronegócio. Entre 1900 e 1960, a população mato-grossense nem chegou a triplicar, saindo de 118 mil para 330,6 mil habitantes, tamanho o isolamento do Estado em relação ao restante do país, especialmente a parte litorânea. 

A situação começa a se modificar a partir dos anos de 1970, coincidentemente a década da divisão e do início da expansão do agronegócio estadual, quando salta para 612,8 mil habitantes. Desde então, vem praticamente dobrando a cada década, até atingir 3,4 milhões de habitantes em 2018, conforme o IBGE. 

Embora a densidade demográfica seja ainda pequena (3,36 habitantes por km2). O fato é que a ocupação do território mato-grossense se deu graças à ação dos vários pioneiros, que por aqui aportaram e contribuíram para o seu desenvolvimento. 

Como foram inúmeros, impossível falar sobre todos eles neste pequeno espaço. Mas, é possível conhecer um pouco da história de alguns deles, como Ariosto da Riva, Norberto Schwantes, Ênio Pipino, Munefume Matsubara. Da mineração, a sedimentação de prédios públicos, Catedrais, Estado Novo, Portal da Amazônia, hoje Cuiabá se consolida como capital do agronegócio. 

Parabéns Cuiabá. 

Biobliografia 

-Pereira, Antutérpio Dias.O viver escravo em Cuiabá: relações sociais, solidariedade e autonomia (1831-1888). / Antutérpio Dias Pereira. –Dourados, MS : UFGD, 2016. 


-FERNANDA MIGUEL FRANCO Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Física Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Física Ambiental. 

-Jairo Sant'Ana | 
Secom MT 
 Governo do Estado de Mato Grosso.

TEXTO GENTILMENTE REPASSADO PELO AMIGO PASTOR MOACIR DORILEO 


















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