O artesanato do bioma Amazônia estará em destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá entre os dias 13 e 22 de junho no Rio de Janeiro. Apoiados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e Conab, quatro grupos de agricultores familiares vão expor e vender artigos de decoração, utilitários, roupas e acessórios, entre outros itens - todos originários do local com a maior biodiversidade do planeta e produzidos de forma sustentável por cooperativas de mulheres, indígenas e seringueiros. Além do foco na preservação ambiental, as atividades favorecem o incremento da renda de milhares de famílias.
Os estados do Pará, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima e partes do Maranhão, Tocantins compoem o bioma Amazonia.
O Estado de Mato Grosso compõem o bioma Amazônia, ocupando mais de 40% do território brasileiro. É em parte desse território que os índios kayapós, integrantes do Instituto Kabu, produzem seus artefatos. Velas feitas a partir do ouriço da castanha, cestos, remos e bordunas serão comercializados na Conferência. No total, mais de três mil artefatos estarão à disposição dos consumidores no evento. Segundo dados da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA, o bioma Amazônia abriga 538 mil estabelecimentos da agricultura familiar.
“As vendas representam geração e distribuição de renda para cerca de 200 famílias indígenas, que somam mais de duas mil pessoas. Os produtos são diferenciados e possuem um importante valor social. Quem compra, leva para casa artigos que auxiliam na proteção de mais de seis milhões de hectares de floresta”, destaca o coordenador do Instituto Kabu, Cleber Oliveira de Araújo. Ele acrescenta que o apoio do MDA na participação do evento ocorre em um momento crucial. “Temos cinco pontos de negócios e queremos triplicar este número em 2012. Por isso, a promoção desse trabalho é essencial”, diz.
Também composto por indígenas, porém, só de mulheres, a Associação das Produtoras de Artesanato das Mulheres Indígenas Kaxinawá de Tarauacá e Jordão (Apaminktaj), no Acre, leva à Rio+20 mercadorias a base do algodão – como roupas e mantas – além de bijuterias, peças de cerâmica e argila. A atividade de aproximadamente cem associadas favorece famílias de dois municípios: Tarauacá e Jordão. “A parceria do MDA conosco é fundamental para a divulgação dos nossos produtos. Já participamos de outros eventos com ajuda do ministério e essa exposição é determinante para o aumento nas vendas”, afirma a representante da Apaminktaj, Raimunda Nonata.
A força feminina é percebida em outro grupo que terá evidência na Conferência, a Associação dos Artesãos de Novo Airão (Aana), do Amazonas, composta 95% por mulheres. Tapetes, bolsas, luminárias, leques, chapéus, bandejas e outros artigos oriundos do manejo do arumã, planta típica das regiões semialagadas, fazem parte do catálogo preparado para o evento.
A confecção das fibras vegetais garante a renda de 18 famílias do município de Novo Airão. Para o presidente da Aana, Erivaldo de Souza, a exposição dos itens de artesanato vai além da comercialização. “É uma chance de fazer contatos e fortalecer as relações com o MDA. Estamos bem ansiosos, pois as atenções do mundo estarão voltadas para o acontecimento”, enfatiza. A ida ao Rio de Janeiro pode contribuir para os próximos passos da associação, dentre eles o aumento da fabricação. “Temos a expectativa de consolidar ainda mais nossa produção”.
Seringueiros e quilombolas
Do bioma Amazônia, há ainda o projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará. No total, cerca de 1.230 famílias são beneficiadas pela iniciativa. O grupo de seringueiros, quilombolas, ribeirinhos, indígenas e assentados da reforma agrária expõe na Rio+20 uma média de 20 produtos, entre suportes de mesa, jogo americano, mouse pad e outros. O destaque dos encauchados ficará por conta da pintura de camisetas feitas a mão utilizando o látex natural pré-vulcanizado e colorido com pigmentos naturais. “As camisas serão confeccionadas na hora, na frente do comprador”, detalha Samonek.
A ideia de complementar a renda com a valorização do látex e a preservação da natureza foi desenvolvida pelo Pólo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio). “Resgatamos e inovamos uma prática antiga dos índios, utilizada antes mesmo do homem conhecer a borracha. Essa mistura do passado com a atualidade gerou um produto que hoje o mercado está aceitando, sem necessidade de máquinas e estufa para transformar matéria-prima em artefato”, explica o diretor do projeto Encauchados, Francisco Samonek.
Agricultura familiar na Rio+20
Um dos espaços que será ocupado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário na Conferência será a Praça da Sociobiodiversidade. O local de 540 metros quadrados irá contemplar 23 empreendimentos da agricultura familiar provenientes de quatro biomas. A praça funcionará em parceria com o ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“A importância da participação do MDA é muito grande porque entendemos que a agricultura familiar, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, tem papel singular na agenda do desenvolvimento sustentável. E é apenas a agricultura familiar que pode contribuir para a geração de emprego no campo, ao mesmo tempo em que produz alimentos saudáveis e preserva os recursos naturais. Daí o nosso desafio de colocar o tema do desenvolvimento agrário no centro da agenda da Rio+20”, comenta o chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri.
Diversidade para o mundo
Durante a Rio+20, a Praça da Sociobiodiversidade e outras participações do MDA nas programações paralelas mostrarão a diversidade brasileira para o mundo, as inciativas de sustentabilidade da agricultura familiar por meio das ações da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e que este setor é estratégico para o desenvolvimento rural sustentável no país.
"A exposição de produtos oriundos das nossas florestas, produtos orgânicos da agricultura familiar vai ser muito importante para que o público presente na Rio+20 tenha contato direto, não só vendo como experimentando esses produtos e conversando com os expositores, que são agricultores", afirma o secretário da Agricultura Familiar, Laudemir Müller. Ele aponta que o evento terá uma rica mostra de produtos (dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica) com grande potencial de consumo e que demonstram a capacidade de gerar renda e ao mesmo tempo preservar, "usando com sustentabilidade a biodiversidade que o Brasil tem e o conhecimento tradicional do nosso país".
"O que a gente quer na Rio + 20 é mostrar essa iniciativa e fazer com que o mundo possa ter uma ideia que o Brasil é diverso, além de dar visibilidade para o segmento da agricultura familiar, para esta identidade social no país, que muitas vezes não é conhecida no exterior e que é tão importante para a economia, para a sociedade brasileira e para o meio ambiente", resume Arnoldo de Campos, diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Na Praça da Sociobiodiversidade, que acontece de 16 a 22 de junho, no Aterro do Flamengo, como parte da programação paralela da RIO +20, estarão 23 empreendimentos de povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares e produtos do Talentos do Brasil (moda). A praça ficará no espaço Arena Socioambiental, das 12h às 20h.
O diretor observa que o Plano Nacional da Sociobiodiversidade promove, a partir de uma articulação de instrumentos de políticas públicas, de atores sociais, empresariais e governamentais envolvidos com a temática, "a geração de renda com a floresta em pé", a partir de produtos que são feitos por comunidades rurais e oriundos da biodiversidade brasileira.
Fonte: http://www.mda.gov.br/portal/noticias/item?item_id=9849442
“As vendas representam geração e distribuição de renda para cerca de 200 famílias indígenas, que somam mais de duas mil pessoas. Os produtos são diferenciados e possuem um importante valor social. Quem compra, leva para casa artigos que auxiliam na proteção de mais de seis milhões de hectares de floresta”, destaca o coordenador do Instituto Kabu, Cleber Oliveira de Araújo. Ele acrescenta que o apoio do MDA na participação do evento ocorre em um momento crucial. “Temos cinco pontos de negócios e queremos triplicar este número em 2012. Por isso, a promoção desse trabalho é essencial”, diz.
Também composto por indígenas, porém, só de mulheres, a Associação das Produtoras de Artesanato das Mulheres Indígenas Kaxinawá de Tarauacá e Jordão (Apaminktaj), no Acre, leva à Rio+20 mercadorias a base do algodão – como roupas e mantas – além de bijuterias, peças de cerâmica e argila. A atividade de aproximadamente cem associadas favorece famílias de dois municípios: Tarauacá e Jordão. “A parceria do MDA conosco é fundamental para a divulgação dos nossos produtos. Já participamos de outros eventos com ajuda do ministério e essa exposição é determinante para o aumento nas vendas”, afirma a representante da Apaminktaj, Raimunda Nonata.
A força feminina é percebida em outro grupo que terá evidência na Conferência, a Associação dos Artesãos de Novo Airão (Aana), do Amazonas, composta 95% por mulheres. Tapetes, bolsas, luminárias, leques, chapéus, bandejas e outros artigos oriundos do manejo do arumã, planta típica das regiões semialagadas, fazem parte do catálogo preparado para o evento.
A confecção das fibras vegetais garante a renda de 18 famílias do município de Novo Airão. Para o presidente da Aana, Erivaldo de Souza, a exposição dos itens de artesanato vai além da comercialização. “É uma chance de fazer contatos e fortalecer as relações com o MDA. Estamos bem ansiosos, pois as atenções do mundo estarão voltadas para o acontecimento”, enfatiza. A ida ao Rio de Janeiro pode contribuir para os próximos passos da associação, dentre eles o aumento da fabricação. “Temos a expectativa de consolidar ainda mais nossa produção”.
Seringueiros e quilombolas
Do bioma Amazônia, há ainda o projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará. No total, cerca de 1.230 famílias são beneficiadas pela iniciativa. O grupo de seringueiros, quilombolas, ribeirinhos, indígenas e assentados da reforma agrária expõe na Rio+20 uma média de 20 produtos, entre suportes de mesa, jogo americano, mouse pad e outros. O destaque dos encauchados ficará por conta da pintura de camisetas feitas a mão utilizando o látex natural pré-vulcanizado e colorido com pigmentos naturais. “As camisas serão confeccionadas na hora, na frente do comprador”, detalha Samonek.
A ideia de complementar a renda com a valorização do látex e a preservação da natureza foi desenvolvida pelo Pólo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio). “Resgatamos e inovamos uma prática antiga dos índios, utilizada antes mesmo do homem conhecer a borracha. Essa mistura do passado com a atualidade gerou um produto que hoje o mercado está aceitando, sem necessidade de máquinas e estufa para transformar matéria-prima em artefato”, explica o diretor do projeto Encauchados, Francisco Samonek.
Agricultura familiar na Rio+20
Um dos espaços que será ocupado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário na Conferência será a Praça da Sociobiodiversidade. O local de 540 metros quadrados irá contemplar 23 empreendimentos da agricultura familiar provenientes de quatro biomas. A praça funcionará em parceria com o ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“A importância da participação do MDA é muito grande porque entendemos que a agricultura familiar, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, tem papel singular na agenda do desenvolvimento sustentável. E é apenas a agricultura familiar que pode contribuir para a geração de emprego no campo, ao mesmo tempo em que produz alimentos saudáveis e preserva os recursos naturais. Daí o nosso desafio de colocar o tema do desenvolvimento agrário no centro da agenda da Rio+20”, comenta o chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri.
Diversidade para o mundo
Durante a Rio+20, a Praça da Sociobiodiversidade e outras participações do MDA nas programações paralelas mostrarão a diversidade brasileira para o mundo, as inciativas de sustentabilidade da agricultura familiar por meio das ações da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e que este setor é estratégico para o desenvolvimento rural sustentável no país.
"A exposição de produtos oriundos das nossas florestas, produtos orgânicos da agricultura familiar vai ser muito importante para que o público presente na Rio+20 tenha contato direto, não só vendo como experimentando esses produtos e conversando com os expositores, que são agricultores", afirma o secretário da Agricultura Familiar, Laudemir Müller. Ele aponta que o evento terá uma rica mostra de produtos (dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica) com grande potencial de consumo e que demonstram a capacidade de gerar renda e ao mesmo tempo preservar, "usando com sustentabilidade a biodiversidade que o Brasil tem e o conhecimento tradicional do nosso país".
"O que a gente quer na Rio + 20 é mostrar essa iniciativa e fazer com que o mundo possa ter uma ideia que o Brasil é diverso, além de dar visibilidade para o segmento da agricultura familiar, para esta identidade social no país, que muitas vezes não é conhecida no exterior e que é tão importante para a economia, para a sociedade brasileira e para o meio ambiente", resume Arnoldo de Campos, diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Na Praça da Sociobiodiversidade, que acontece de 16 a 22 de junho, no Aterro do Flamengo, como parte da programação paralela da RIO +20, estarão 23 empreendimentos de povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares e produtos do Talentos do Brasil (moda). A praça ficará no espaço Arena Socioambiental, das 12h às 20h.
O diretor observa que o Plano Nacional da Sociobiodiversidade promove, a partir de uma articulação de instrumentos de políticas públicas, de atores sociais, empresariais e governamentais envolvidos com a temática, "a geração de renda com a floresta em pé", a partir de produtos que são feitos por comunidades rurais e oriundos da biodiversidade brasileira.
Fonte: http://www.mda.gov.br/portal/noticias/item?item_id=9849442
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