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31 de agosto de 2012

Comunidades quilombolas buscam fomentar roteiro turístico



Fonte: MARICELLE LIMA VIEIRA - Assessoria/Sedtur-MT

O diferencial em todas as comunidades visitadas é a força de vontade

Com um rico potencial turístico sustentável, as comunidades quilombolas localizadas próximas aos municípios de Cáceres e Poconé, na região do Pantanal, destacam-se pela forma de vida que levam. As famílias permitem um contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições locais, através da hospitalidade no ambiente rural e familiar. Com este diferencial, as comunidades de Morro Cortado, Campão Verde, Imbe e Campina da Pedra receberam, nesta quarta-feira (29.08), visita técnica da equipe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur) que pôde conferir o que cada comunidade tem a oferecer enquanto atrativo turístico.

Para Zilair Martins de Siqueira Queiroz, que vive na comunidade de Campão Verde, onde mais de 14 famílias dividem uma área de 230 hectares, a vida no campo não é fácil. Zilair emprega 10 moradores da comunidade. Sua empresa produz uma variedade de cachaças e banana da terra frita. “Temos uma infinidade de riquezas naturais que precisamos explorar. Defendo um espaço em comum para que possamos comercializar os nossos produtos e com isso fomentar o turismo local”, defende ela.

Já Manoel Gonçalves de Souza, de 80 anos, é a referência da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade de Imbe. Graças ao seu perfil empreendedor, apostou e já começa a colher frutos de uma atitude ousada. Manoel foi o único da comunidade que fez um financiamento para aquisição de equipamentos para produzir melado, rapadura e açúcar mascavo. “Estamos a todo vapor. A nossa fábrica funciona na Associação. Produzimos diariamente cerca de 8 mil rapadurinhas, 600 rapaduras grandes e mais o melado e o açúcar mascavo. Seria interessante se pudéssemos mostrar para os moradores daqui e de fora como o nosso trabalho vem dando certo ”, explica.

Outro exemplo é a artesã Ana Carmem, popular Cotinha, que confecciona redes artesanalmente. Para dar conta de atender sua última encomenda, ela confeccionou uma rede em apenas quatro dias. “Vendemos nossas redes na rua ou na estrada e ainda temos as encomendas. O ideial seria se na comunidade tivesse um local para que os turistas pudessem ver nossos produtos e, claro, comprar”, comenta Cotinha.

Para o servidor da Sedtur, Geraldo Lucio Donizete, especialista em Turismo Rural, o Estado, além das belezas naturais, destaca-se pelo potencial turístico sustentável que precisa ser explorado. “Precisamos mostrar a cadeia de produção de uma comunidade quilombola que está associada ao associativismo e cooperativismo, mesmo que muitas vezes não consolidado. O turismo se faz presente a partir do momento que um turista tem a oportunidade de conhecer um lugar e ainda ter o que consumir”, define.

A secretária de Desenvolvimento do Turismo, Teté Bezerra, valoriza essas ações por acreditar que é nas comunidades tradicionais que se faz o turismo social. “Precisamos valorizar o que temos de maior valor: o nosso povo. As nossas raízes vêm dessas comunidades que, mesmo com a tecnologia, ainda mantém suas características”, completa.
 
 

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