Hoje ocorreu a terceira visita dos estudantes franceses do mercado solidário às comunidades de Salvador acompanhadas pela Associação Estrela Brasil. Pela segunda vez a visita foi no bairro do Uruguai com acolhimento da Associação Santa Luzia na belíssima escola comunitária Luiza Mahin (a primeira também foi lá e a segunda no Calafate).
A visita de hoje além de exitosa, trouxe algumas novidades e desafios. Além dos 33 jovens e do coordenador da operadora Bonjour Bahia Turismo, Bertrand Ferignac (de camisa cinza), veio prestigiar o grupo o Presidente e Diretor Técnico do Comité de Gestion des Centres de Vacances (CGCV) da França, Stephane Suteau (de camisa amarela ao meu lado). O CGCV, vinculado ao Ministério da ecologia, Desenvolvimento Sustentável, transporte e habitação, organiza grupos de jovens para férias na França e em outros países com intuito de lazer e formar eco cidadãos solidários, envolvendo educação ambiental e a transmissão de valores sociais e educativos entre visitantes e visitados em comunidades carentes. Ele se mostrou interessado em desenvolver novos projetos que tragam mais jovens a Bahia, incluindo comunidades rurais, e para ficar mais tempo. Em países da África esses mesmos jovens fazem trabalhos voluntários nas áreas de educação, saúde, reforma de casas e meio ambiente( preservação e reciclagem ), que cabem perfeitamente na Bahia. O CGCV já vem há 7 anos no Brasil e preferiu a Bahia do que o Rio, por ver que o turismo "de favela" não oferecia o contato mais profundo que a vivência nas comunidades de Salvador tem proporcionado aos seus grupos. Sua avaliação foi muito positiva e empolgante a ponto de "cair" no forró com os baianos.
Dessa vez o ponto alto foi as apresentações no Espaço Cultural Alagados, tanto dos franceses cantando músicas tradicionais da França com voz e violão como os baianos que mostraram samba, pagode e forró. E ambos grupos deram um show também de street dance e dançaram forró numa harmonia e respeito admiráveis.
Vergonhosa foi apenas a falta de acessibilidade para portadores de necessidades especiais que a nossa outrora linda Salvador demonstrou na visita. Uma das estudantes francesas era cadeirante e tudo foi obstáculo: as calçadas estreitas e sem rampa, os motoristas reclamando dos franceses por colocarem a cadeira dela no asfalto (único lugar possível de transitar), e o ônibus que apesar de ter acesso para cadeirantes o motorista não sabia operar o equipamento. Ela até dançou na cadeira, mas foi visível sua dificuldade de conviver com tanta falta de respeito, apesar da atenção da turma do Uruguai e dos seus colegas de grupo.
Também acompanhou a visita a pesquisadora de turismo da University of Illinois at Urbana-Champaign, Erin Mckenna, a convite da nossa instituição, que aprovou a visita embora recomende que o tempo de permanência seja maior para que haja uma experiência mais marcante para quem visita e quem é visitado.
Não podemos deixar de registrar o excelente trabalho da turma da cozinha da escola Luiza mahin, D. Francisca, D. Edileusa, D. Lívia e D. Marinalva, que fizeram a feijoada e o lanche da tarde e esbanjaram simpatia e acolhimento a todos nós.
O compromisso dos associados e lideranças da Estrela superou as dificuldades, que precisam ser melhor reconhecidas pela Bonjour e pelo CCV, e por nossas autoridades de turismo, que continuam desconhecendo a força do turismo solidário.
A próxima visita será em breve na comunidade de Plataforma com seu rico patrimônio histórico material e imaterial e suas atividades produtivas e culturais em torno da cooperativa.
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