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7 de setembro de 2012

Agricultor familiar de Mato Grosso, aprende na prática gestão por produção na bovinocultura leiteira




A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), por meio do escritório local de Cáceres, a 225 km a Oeste de Cuiabá, tem aplicado na bovinocultura leiteira a gestão de produção como principal ferramenta de apoio. 

No Sítio Santa Izabel, de propriedade do senhor Gabriel Antônio Felipe, 45 anos, e sua esposa Clevenice Luciana da S. Tosse Felipe 37 anos, que fica na comunidade Santa Luzia (cerca de 35 km de Cáceres), foi implantada há cerca de um ano uma Unidade Didática de Sustentação Econômica (UDSE), que faz parte do projeto Ater/MDA (Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário). Nesse projeto, o extensionista repassa ao agricultor orientações sobre a melhor forma de gerir sua propriedade, acompanhando constantemente o custo benefício da produção, no caso, da bovinocultura leiteira, através da elaboração de planilhas de produção por animal. 

“A parte mais importante não é a técnica, e sim a gestão. Nessa planilha de produção, que a gente ensina o produtor a montar, tudo é anotado: o dia em que a vaca foi inseminada, o dia que ela pariu e o dia que ela voltou ao cio, entre outras informações. Se ela vai emprenhar daqui a oito meses, é sinal que ela não está produzindo satisfatoriamente, então, no máximo em 120 dias, esse animal tem que estar prenhe”, analisou o biólogo e extensionista da Empaer, Douglas Castrillon. 

Antes da implantação do projeto, a Empaer de Cáceres já possuía um diagnóstico da realidade local, através do qual foi possível identificar as propriedades que já tinham um certo potencial para começar o projeto. Feito isso, novamente foi realizado um estudo mais aprofundado da propriedade, incluindo a análise de solo, planejamento da divisão das pastagens, inclusão do tipo mais adequado de capineiras para a região, etc. 

Numa parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), foram realizados exames laboratoriais e vacinas contra a brucelose, verminose e tuberculose. Já a aquisição de sêmem foi feita junto à Secretaria Municipal de Agricultura de Cáceres, que por sua vez, recebeu o sêmen e outros insumos da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf). 

A meta pré estabelecida é de 8 kilos vaca/dia. Através da análise visual do escore corporal do gado, que significa a real condição corporal do animal, em termos de cobertura muscular e gordura da anca da vaca, o gado leiteiro pode ser avaliado numa escala de 1 a 5, onde 1 é magra, 2 é intermediário, entre 3 e 3 ½ é o ideal para o cio, 4 passando para gorda e 5 é considerada obesa (o que também dificulta a vaca a entrar no cio). 

Com o controle do escore corporal, o cruzamento direcionado através de inseminação artificial, também será melhor manejado tendo em vista as necessidades de cada raça, pois todo o rebanho da propriedade recebeu brincos de identificação numerados. 

O pasto possui 5 hectares, é rotacionado de sequeiro, com capineiras do tipo napier e camerom. A suplementação alimentar é feita de cana com uréia e a mandioca picada o que garante o baixo custo de produção e, mesmo assim, a unidade tem conseguido manter a produção e o controle do escore corporal adequado, como explica o produtor Gabriel Antonio Felipe: “A intenção aqui é produzir um leite de qualidade com menor custo de produção, pois a gente sabe de muitos produtores que estão deixando de lidar com o gado devido ao alto custo de produção. Então, graças à Deus, nós estamos conseguindo vender toda a nossa produção para um laticínio de Quatro Marcos.” 

“Nós, enquanto técnicos, acreditamos que o que nos faz cumprir todas essas metas preconizadas é a postura da própria família, que acredita e que investe na atividade. Fazer esse acompanhamento, que é considerado um serviço de educação informal, faz com que a gente crie um laço mesmo de amizade com essas famílias”, ressaltou o engenherio agrônomo e extensionista da Empaer José Antônio Gonçales. 

Outro diferencial desse projeto é que foram repassadas à família orientações técnicas de planejamento, até mesmo noções matemáticas para aplicação correta das proporções de uréia e sulfato de amônio na alimentação do gado, que se não for bem aplicada, pode causar intoxicação no rebanho. 

Quem mais faz esses cálculos e acrescenta as informações diariamente na planilha é dona Clevenice que, além dos afazeres normais da casa, dá total apoio ao marido Gabriel, acordando às 04h30 da madrugada para começar com o trabalho pesado no curral, lidando diretamente com o gado e tirando o leite das vacas que eles conhecem e chamam pelo nome de cada uma. 

Fonte: Cristiane Celina/ Assessoria de Comunicação





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