Pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) irão realizar na lavoura a coleta de percevejos-praga que atacam a cultura da soja no Estado de Mato Grosso e identificar as espécies de parasitóides de percevejos com incidência nas regiões produtoras, nos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop. O trabalho de coleta será realizado no estágio de desenvolvimento de vagens e formação de grãos, que acontece entre os meses de dezembro e janeiro.
Para identificação dos percevejos, os pesquisadores foram capacitados durante o I Workshop de Parasitóides de Percevejos – Taxonomia e Técnicas Experimentais, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Santo Antonio de Goiás, no Estado de Goiás, no período de 06 a 09 de agosto. Durante quatro dias verificaram técnicas de coletas, conservação e manutenção em laboratório, construção e a análise de tabelas de vida para uso em pesquisa e em programa de manejo de pragas.
O pesquisador da Empaer e Coordenador Estadual do Projeto Rede de estudo da bioecologia de percevejos fitófagos em sistemas integrados de produção de grãos, Valdivino Enedino Borges, destaca que o trabalho de pesquisa será executado também nos estados do Tocantins, Maranhão e Goiás. “O levantamento da praga vai ajustar as recomendações de manejo e indicar linhas de pesquisa aplicada que serão implementadas”, esclarece.
O que se pretende é identificar todas as espécies de percevejos que atacam os grãos quando a soja frutifica. O pesquisador da Empaer, Marcílio Bobroff Santaella, explica que são três as principais espécies de percevejos-praga da soja: o verde, o verde pequeno e o marrom. Segundo ele, essa praga exige que o produtor faça pelo menos uma aplicação de inseticida por safra, caso contrário, o resultado final é o prejuízo com a queda no rendimento e qualidade. "O levantamento de espécies e população de parasitóides tem a intenção de incrementar o manejo integrado de pragas da soja, trazendo assim, subsídios para diminuir a aplicação de inseticidas, reduzindo os custos de produção e benefícios ao meio ambiente”, enfatiza Santaella.
Participaram também do I Workshop, as biólogas da Empaer, Beatriz Maria da Rosa e Lefayete Michele Montenegro Alves, que irão realizar o levantamento de diferentes espécies de percevejos e de seus inimigos naturais em cultivares de soja de diferentes ciclos e hábitos de crescimento. )
Conforme Santaella, os percevejos são sugadores de grãos e conhecer a proporção das espécies que ocorrem na lavoura pode auxiliar no momento da tomada de decisão para realizar o controle. “No final da floração e início da formação de vagens é considerado o momento ideal para intensificar o monitoramento dos percevejos da soja”, conclui o pesquisador.
Fonte: Rosana Persona (Jornalista da Empaer
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