Em parceria com a Rizzatour - Turismo Receptivo conhecemos recentemente um bom trecho do Pólo Turístico do Circuito das Frutas de São Paulo que compreende dez municípios próximos à capital do estado. Um grande exemplo para a Bahia e outros estados, ao mostrar dentre outras coisas que nem tudo precisa ficar perfeito para ser divulgado, apreciado e dar bons resultados para os empresários, municípios e para a cultura local.
A viagem começou e terminou na belíssima Estação da Luz de São Paulo onde o expresso Turístico (diga-se de passagem: lotado) coordenado pela Companhia de Trens do Governo paulista nos levou para Jundiaí. De lá o receptivo da Rizzatour conduziu o grupo de quase cerca de 20 pessoas para Itatiba, passando por Louveira até Vinhedo. A paisagem até Jundiaí e semelhante à nossa região metropolitana, e da nossa diminuta malha ferroviário que sai da Estação da Calçada. Galpões e trens abandonados, moradias precárias, e lugarejos com pouca infra-estrutura básica disponível para a população local não diferem em nada do nosso caso. No meu ver um ponto positivo para eles ( por mostrar a verdade ) e para nós ( por termos o mesmo potencial ). A história da ferrovia e de alguns trechos é contada pela tripulação que por sinal é muito atenciosa com todos.
Jundiaí encanta pelo contraste do urbano com o rural, e pela singela estação de trem que conservou ares de outras décadas até hoje. Lá a Rizzatour monta um plantão para atender os que ainda não optaram pelos vários passeios assim como para organizar os grupos por roteiro escolhido. Nesse dia tinha no mínimo umas oitenta pessoas se dividindo entre 4 roteiros. A guia do nosso grupo (Roteiro Rural com 52a Festa da Uva e 4a Festa do Vinho em Vinhedo), credenciada pela EMBRATUR, e muito atenciosa, nos conduziu ao meio rural em micro-ônibus confortável.
Na chagada a Itatiba (A Princesa das Colinas), fomos recebidos na pequena propriedade denominada Sítio São José, do casal Ferrari. Simpaticíssimos, recebem a todos para mostrar a rica diversidade produtiva local, desde a uva para vinho até a estrela da cidade o caqui. A degustação das variedades de caqui e das compotas, doces, antepastos, vinhos, licores e frutas in natura são uma festa para os olhos e para o paladar....regados pela boa conversa dos descendentes de italianos, que na época da colheita promovem o “colhe pague de caqui”, causando “engarrafamento na estrada”, como conta o Sr. Roberto Ferrari. Ele também mostrou os cultivos de goiaba, lichia, pitaia, amoras, figos, maracujá, ameixa, mamão e a bela paisagem. Recebem há 7 anos visitantes de todos os lugares, no fluxo mensal médio de 300 pessoas, que complementa a renda da família. O toque familiar no atendimento faz toda a diferença e de sobra estimula mais o consumo dos produtos artesanais. Uma visita única, ficando neles também o desejo de conhecer o rural da Bahia e em nós a vontade de voltar.
Passando por Louveira, avistamos o pátio da Festa da Uva, que é estrela da cidade, e vimos que o convívio harmonioso do urbano com o rural é marca da região, assim como a expansão de condomínios de luxo. Lá também se produz muito caqui, além de morango, pêssego e outras culturas.
Chegando a Vinhedo fomos a Adega Família Ferragut, literalmente no meio da cidade, mas conservando a produção de uva, vinho, sucos e geleia, e tida como a mais tradicional da cidade. A produção de cinco mil litros ano de vinho atende apenas os visitantes e o mercado local. Os proprietários fazem questão de contar também a história da família, que foi homenageada com o nome do Parque Municipal em que acontece a Festa da Uva e do Vinho. Outro fato que chama atenção do visitante em Vinhedo é a tematização da cidade, onde os pontos de ônibus lembram o Deus do Vinho. O mesmo pode ser visto no Memorial e no Portal do Imigrante. As 52a Festa da Uva e a 4a Festa do Vinho tiveram um público recorde esse ano de mais de 460 mil pessoas! Foram quase mil roteiros comercializados pelas agências de viagens e perto de 300 ônibus chegando à cidade. E isso com divulgação voltada sobremaneira para o público estadual, entrando em pleno carnaval e com muita chuva na região. E se ganhasse divulgação nacional e internacional? A organização das festas no parque é um banho de competência, espaços padronizados, folheteria, policiamento, limpeza, diversidade gastronômica, manifestações artística voltadas para o rural e música sertaneja, muita fruta de qualidade e muita degustação de vinhos, sucos e licores artesanais e de qualidade. Faltou tempo para conversar com os produtores rurais e suas famílias, para degustar a paisagem da colina, para entender como um estado que tem potencial em muitas cadeias produtivas continua sendo a terra do já teve (Festa/Festivais do Cacau, da Carne do Sol, do Carangueijo, etc, etc,etc).
Quer mais dicas sobre como, quando e o que visitar nessa região pergunte a Rizzatour e seus proprietários e a D. Francine do receptivo em São Paulo vão te atender muito bem (http://www.rizzatour.com.br). Quer o contato da família Ferrari? Quer uma avaliação técnica de todo o roteiro? saber como a Bahia pode fazer para aproveitar o seu rico potencial com um verdadeiro e autêntico turismo rural como o do Circuito das Frutas? Pergunte-me como.
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