No Rancho da Felicidade, localizado no distrito da Guia (30 km ao Norte de Cuiabá), numa área de 2,46 hectares, o produtor rural e médico veterinário Vicente Mamede possui um plantel de 180 aves da raça caipira Índio Gigante. Considerada precoce, a ave atinge o comprimento de mais de 1 metro (medindo da unha a ponta do bico) e chega a pesar até 3 quilos em 150 dias. Segundo ele, a atividade é considerada rentável e a comercialização de animais representa um lucro de até 30% na renda da propriedade.
Mamede fala que um pintinho da raça Índio Gigante é comercializado conforme a idade (5 a 10 dias), por R$ 20,00 e um reprodutor custa em torno de R$ 200,00. As aves são criadas em sistema de baias, divididas em piquetes, onde um reprodutor é criado com 10 matrizes. Os ovos são selecionados e os maiores vão para as incubadoras e permanecem chocando durante 21 dias, quando nasce o pintinho. E toda a lida com os animais é por conta do produtor, seja na alimentação ou retirada de três a quatro vezes por dia dos ovos. “A limpeza e o trato dos animais são por minha conta, faço tudo sozinho”, declara o produtor.
Satisfeito com a rentabilidade do negócio, comercializa as aves em sua propriedade e adverte que são livres de qualquer doença. Além disso, a variedade é resistente, ótimo reprodutor de frangos precoces e com alto rendimento de carne, exige poucos cuidados dos criadores, fazendo com que a atividade não necessite de grandes investimentos. A previsão do produtor é expandir para atender o estado de Mato Grosso com exemplares que apresentem rusticidade, beleza e tamanho.
O técnico agropecuário da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Manoel Paula de Almeida, comenta que a empresa foi pioneira no estado a pesquisar a raça e comercializar os animais. O trabalho está sendo desenvolvido no campo experimental, no município de Juína (735 km a Noroeste da capital). Almeida esclarece que a galinha caipira tradicional leva em média 12 meses para atingir o peso de 2 quilos, em criação extensiva, enquanto que raça Índio Gigante leva de 90 a 120 dias.
Com um plantel de 150 matrizes, a cada 21 dias, são retirados 130 pintinhos e comercializados. Segundo Manoel, a intenção é melhorar o plantel da ave caipira no Estado com o melhoramento genético. Para garantir frangos melhores em peso e tamanho, realiza cruzamento das galinhas caipiras comuns com os galos selecionados. “Somente na região de Juína, nos últimos anos, houve um aumento de 70% na criação com o Índio Gigante. Os criadores estão aderindo à raça que é oriunda de Minas Gerais e Goiás”, destaca Manoel.
Fonte: Rosana Persona ( jornalista da Empaer)
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