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27 de maio de 2014

Cidades se preparam para a chegada do asfalto e progresso


REDAÇÃO
Secom-MT

Daniel Meneguini/Secom-MT
Estrada da Baiana, trecho da MT-338 pavimentada já concluída

Porto dos Gaúchos está deixando de ser fim de linha e já se prepara para ampliar oportunidades de desenvolvimento econômico. Com a conclusão do asfalto da Estrada da Baiana (MT- 338), a cidade vai ficar a apenas quatro ou cinco horas de Cuiabá e ligar-se diretamente com Lucas do Rio Verde. A obra, do Programa MT Integrado, vai aproximar a cidade cerca de 200 quilômetros da capital, abolindo o desvio da época das chuvas quando atoleiros tornam a rodovia intransitável, obrigando a utilização de caminhos alternativos, via Sinop.



“Já começaram a aparecer pessoas interessadas em comprar terras e em construir armazéns por aqui”, relata Jeverson Amorin de Mendonça, 31 anos. Ele também vê um aumento na freguesia do restaurante do pai, em Porto dos Gaúchos. A pecuária, praticamente abolida da região, também entra no cardápio de possibilidades, principalmente com técnicas de confinamento.



O caminhoneiro Joel Silveira aos 52 anos vai de três a quatro vezes por semana de Lucas do Rio Verde a Juara e já sente alívio com o trecho construído: “já dá para andar rápido”, diz, apostando também no desenvolvimento da região que ainda tem pelo menos 25% de área degradada de pastagem para ser aproveitada pela lavoura. “É uma maravilha. O progresso que se esperava há mais de 30 anos está chegando”, comemora.



Mas o asfalto não representa apenas escoamento da produção e rapidez para chegar aos centros mais avançados do estado. “Aqui tudo é mais caro, esperamos que vá baratear e criar um ciclo de desenvolvimento em que todos vão ganhar”, diz Antonio Alfortilo de 70 anos que há 16 está apostando na região. “Vivíamos isolados”, conclui.



Assim como Juara e Porto dos Gaúchos, praticamente todo o estado está sendo beneficiado com o MT Integrado. O programa, que tem à sua disposição mais de R$ 2 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é destinados a tirar do isolamento 44 municípios de Mato Grosso que não tinham nenhuma ligação pavimentada com o resto do estado. Só para os trabalhos de pavimentação são R$ 1,57 bilhão, além de outros 457 milhões destinados à construção de 175 pontes de concreto, dentro e fora do programa.



“Estas intervenções vão resolver 18 trechos recentemente apontados pelo agronegócio como crítico no estado”, afirma Tércio Lacerda de Almeida, superintendente de Obras e Transporte da Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu).
Daniel Meneguini/Secom-MT
Continuidade da pavimentação da MT-338 / Estrada da Baiaina

A maioria das intervenções vai beneficiar um lado esquecido no estado, formado por assentamentos e atividades ligadas à pecuária. Ao todo são 2.447,58 km que serão asfaltados e que estão prontos para as obras. “As etapas críticas já foram superadas”, esclarece Tércio Lacerda. “Existe todo um rito de licenciamento que está superado”, informou. Este rito implica no licenciamento da Secretaria do Meio Ambiente, quando há a remoção de cobertura vegetal, licenciamento do Departamento Nacional de Produção Mineral para obtenção de cascalho para a pavimentação e até a outorga de água, que deve ser explicitada.

O trecho que liga o entroncamento da BR-158 com Canabrava do Norte já foi inaugurado em janeiro. Ainda neste ano a maioria dos 58 trechos estará pronta. “Tem trechos que mesmo parados por causa do período da chuva estiveram com plena atividade”, diz Tercio. De Mimoso a São Lourenço de Fátima que vai fazer parte da “estrada verde” é um destes casos. Destinada a ser uma alternativa de caminho entre Cuiabá e Rondonópolis, passa por encosta de morro e pelas áreas alagadas do Pantanal. Esta característica retarda a obra, porque, segundo Tércio, são necessárias intervenções específicas. No entanto, o trecho que vai ligar Marcelândia à BR-163 já está com 80% das obras prontas, com previsão de conclusão até junho deste ano.

“Este é o maior programa social do meu governo”, ressalta Silval Barbosa. “Estamos fazendo uma correção das desigualdades sociais dando condição de competitividade a estes municípios que até então não possuíam nem uma ligação pavimentada com uma rodovia ou outra cidade”, explica o governador.

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