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3 de maio de 2014

Comida desperdiçada alimentaria 840 milhões de pessoas no mundo Quanto mais rico é o país, maior é a quantidade que vai para o lixo


DO G1

Fim de feira. Hora de desmontar a barraca e ir embora. Mas o que fica para trás é a comida jogada fora. O cenário é o mesmo em todo o Brasil.

O que se vê nas feiras e mercados, país afora, é uma sequência de erros:
produtos mal armazenados, manipulados de qualquer jeito. No Nordeste, alguns alimentos passam o dia expostos ao sol forte.

Neste entreposto de vendas, duas cenas chamam a atenção. E são bons exemplos do quanto precisamos mudar a forma de tratar os alimentos.

De um lado, funcionários brincando com as frutas. Do outro, seu Geraldo catando tomates. O que vai para o lixo, para ele pode ser uma refeição.

Geraldo Duarte, desempregado: É, eu dependo daqui, desse fim de feira.

Globo Repórter: E com esse tomate aí, a salada já está garantida?

Geraldo Duarte: É! A salada já está.

Globo Repórter: A fome aperta as vezes?

Geraldo Duarte: Aperta, mas é difícil, hein? As vezes o pessoal fica olhando assim, mas eu sou sujeito de fazer isso aqui para matar a fome.

Desperdício de alimentos no mundo gera prejuízo anual de quase R$ 2 trilhões

Parece inacreditável, mas é a pura verdade! Um terço de toda a produção de alimentos do mundo inteiro é jogado fora. Todo o ano, o desperdício deixa de movimentar na economia mundial US$ 750 bilhões, ou seja, um prejuízo de quase R$ 2 trilhões.

O que isso representa? A gente não imagina. Mas toda essa comida que acaba no lixo daria para alimentar as 840 milhões de pessoas ao redor do mundo que passam fome todos os dias.

E mais da metade do desperdício não chega à mesa de ninguém porque se perde antes mesmo de entrar nos mercados.

Quanto mais rico é o país, maior é a quantidade de comida que vai para o lixo

Falta conhecimento e cuidado na colheita, no transporte, na embalagem. Mas quando se trata do consumidor, pasmem! Quanto mais rico é o país, maior é a quantidade de comida que vai para o lixo.

“Deixam vencer os produtos, compram mais do que precisam, botam muita comida no prato depois não comem. Porque também temos um grande paradoxo: as pessoas tem uma obsessão pela comida, não?

Então, temos que ter uma mudança da nossa atitude em respeito a comida, para respeitar a comida, comer o que precisamos, comer com a cabeça e não com a barriga, como se diz”, diz Alan Bojanic.

Alan Bojanic é o representante no Brasil da FAO - o órgão das Nações Unidas que cuida da alimentação e agricultura.

Ele diz que há comida suficiente para alimentar toda a população do mundo, mas que o combate ao desperdício precisa avançar. E muito!

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