5 de maio de 2014

Mackenzie expõe em SP vida e obra do Marechal Rondon

Mostra cultural reúne feitos e curiosidades sobre um dos mais famosos brasileiros de todos os tempos

Rodrigo Freitas


Promovida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, a mostra reúne os grandes feitos, a biografia, registros e curiosidades

DA REDAÇÃO

“O Positivismo do Coronel Rondon é realmente a Religião da Humanidade”. Assim o famoso ex-presidente norte-americano Coronel Roosevelt se referia com verdadeiro fascínio à figura de Marechal Rondon. 

Admiração que agora também estampa a exposição “Vida e Obra de Cândido Mariano da Silva Rondon”, inaugurada nesta segunda-feira, no Centro Histórico Mackenzie, no bairro Higienópolis, em São Paulo.

Promovida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, a mostra reúne os grandes feitos, a biografia, registros e curiosidades sobre um dos brasileiros mais ilustres de todos os tempos. 

Reconhecido internacionalmente, Cândido Mariano da Silva Rondon, nascido na comunidade pantaneira de Mimoso, em Mato Grosso, em 1865, foi um grande estudioso brasileiro, além de matemático por formação. Cientista, antropólogo, geógrafo, etnólogo. São muitas as facetas de Rondon, retratadas na exposição, aberta ao público em geral.

Por meio das publicações de Rondon, foi possível aos brasileiros conhecer um pouco mais sobre o próprio país, um Brasil de diversidade em riquezas naturais, povo e culturas. 

Foi o responsável por implantar as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, chegando até Porto Velho, em Rondônia. Não por acaso, foi homenageado com o título de Patrono das Comunicações do Brasil, cuja data faz alusão ao nascimento de Rondon, 5 de maio.

Os feitos de Rondon em épocas de um Brasil a se desbravar também incluem a construção de uma estrada ligando Cuiabá e Goiás, em tempos em que os rios Cuiabá e Paraguai eram os principais caminhos de acesso ao portal do Pantanal.

O espírito humanista perante povos indígenas também o tornaram célebre, juntamente com a frase: “Morrer, se preciso for. Matar nunca”. Postura que alça o marechal ao posto de o único brasileiro a ser indicado, por duas vezes, ao Prêmio Nobel da Paz. Ninguém menos que o físico e cientista alemão Albert Einstein também foi outro grande admirador das contribuições antropológicas do mato-grossense.

“Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado sem o uso de armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”, declarou Einstein, ao viajar pela América Latina em 1925.

Para o presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Maurício Melo de Meneses, homenagens a Rondon como a exposição que agora a instituição de ensino abriga são singelas diante do legado do sertanista brasileiro. “É com imensa honra que abrimos as portas do Mackenzie para homenagear Marechal Rondon. Orgulho-me de ser mato-grossense, assim como Rondon, e de assistir e participar dessa contribuição cultural ao Estado, a São Paulo e ao Brasil”.

Biografia

Nascido em 5 de maio de 1865, em Mimoso, Cândido Mariano da Silva foi órfão de pai antes de nascer e sua mãe faleceu quando ele tinha apenas dois anos. Quando iniciou seus estudos em Mimoso, Rondon mostrou grande facilidade no aprendizado. Um tio tinha prometido ao pai de Rondon, no leito de morte, que levaria o menino para estudar em Cuiabá, e se transformou no grande entusiasta da formação do futuro marechal e sertanista.

Cândido Rondon se formou professor com apenas 16 anos, mas não poderia lecionar pela pouca idade. E por isso ingressou no Exército. Notadamente o melhor em todas as disciplinas do colégio militar, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1881. Formou-se em 1888 e dois anos depois tornou-se bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais pela Escola Superior de Guerra no Brasil.

Em tempos em que a população brasileira se concentrava em maior parte no litoral e pouco se sabia sobre o Centro-Oeste e a Amazônia, Rondon foi figura importante para a divulgação do Brasil para brasileiros. Seus relatos, registros e publicações retrataram etnias indígenas e a riqueza da flora e fauna no coração do Brasil. Ao todo, Rondon registrou 8.837 tipos de vegetação, 5.576 exemplares zoológicos, descobriu e assinalou minas e jazidas de ferro e manganês, bem como centenas de exemplares mineralógicos, hoje resumidos em precioso acervo, classificados e enumerados no Museu Nacional.

Comunicações e progresso

De 1900 a 1930, Marechal Rondon desbravou regiões em Mato Grosso e chefiou a Comissão das Linhas Telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas, com destaque à região que se tornou Rondônia, em homenagem ao desbravador. O atual Acre também teve terras percorridas por Rondon.


A Comissão tinha como meta expandir e proteger “as fronteiras da pátria”, chegando às regiões desconhecidas de floresta amazônica. Guiados pelos princípios positivistas, os “novos bandeirantes” acreditavam que o telégrafo seria um precursor para o progresso do país.

A força desbravadora de Rondon conduzia as missões com pulso firme, mas de forma pacífica. Diferente de outras Comissões já realizadas, a Comissão Rondon tinha preocupação com a questão indígena, no reconhecimento da geografia do local e no inventário do potencial da região. Na Comissão participaram diversos profissionais da área científica, como botânicos, zoólogos, antropólogos, geógrafos e etnógrafos.

Expedição lendária

Rondon e Roosevelt foram companheiros numa expedição de pesquisa científica para pesquisar e coletar amostras de fauna e flora da região Amazônica. A expedição Roosevelt Rondon, que agora completa 100 anos, ficou mundialmente conhecida, sobretudo, pela visibilidade que deu ao Brasil em terras estrangeiras. Interesses distintos moveram os exploradores: de um lado, Roosevelt, que amargou a derrota ao disputar o terceiro mandato de presidente e desejava uma aventura na Amazônia; de outro, Rondon, que se inquietava com o Rio da Dúvida, curso d’água que não conseguiu mapear anos antes. 

O ex-presidente americano se viu diante de perigos inimagináveis. Ele contraiu malária e pediu que o deixassem para trás e seguissem com os estudos, mas Rondon não permitiu. Com uma espécie de maca, o levaram aos outros destinos até que se recuperasse.


FONTE:http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=196812

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