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Terminal Atacadista do Verdão deverá ceder espaço para estacionamento da Fifa
LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Apontada como obra “absolutamente necessária” pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a obra do estacionamento do Verdão – ainda não iniciada – deverá contar com um projeto mais simples do que o inicialmente proposto pelo Governo do Estado.
A medida é necessária para viabilizar a construção e reduzir o tempo de obra, segundo o conselheiro João Batista de Camargo, relator substituto na Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa pelo TCE.
“A Secopa [Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo] deve reduzir o escopo dos trabalhos no estacionamento, fazer uma obra mais simples do que a que foi licitada e que estava prevista anteriormente. Mas é uma obra rápida”, disse.
"A Secopa [Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo] deve reduzir o escopo dos trabalhos no estacionamento, fazer uma obra mais simples do que a que foi licitada e que estava prevista anteriormente"A menos de dois meses para o início do Mundial, o local que é ocupado por 204 permissionários do Terminal Atacadista do Verdão há 19 anos, na Avenida Agrícola Paes de Barros, deverá ceder a espaço para 500 vagas de estacionamento que darão suporte às delegações dos times e equipes da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
A Prefeitura de Cuiabá deu início às obras do novo terminal, uma área da antiga Companhia de Armazéns e Silos (Casemat), no Distrito Industrial, às margens da BR-364.
Segundo o conselheiro, o município se comprometeu a acelerar a construção até o início do próximo mês. Com isso, o Estado deverá construir estruturas temporárias no local para agilizar a mudança dos permissionários.
“A previsão de que se conclua o novo terminal é 11 de maio. Na última reunião que fizemos com a Secopa e secretários municipais, o Governo do Estado se comprometeu a fornecer estruturas temporárias para que parte dos atacadistas possam migrar para o Distrito, de modo que a Secopa possa entrar o mais rápido possível no Verdão”, disse.
A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) já firmou contrato, no ano passado, com a empresa que será responsável pela execução da obra, a PPO Pavimentação e Obras Ltda, no valor de R$ 3,18 milhões. No entanto, no início do ano, afirmou já pensar em um "plano B", caso a obra não fosse finalizada a tempo.
Somente o prazo para execução da obra é de 240 dias a partir da emissão da ordem de serviço, o que deve ser reduzido, caso o Estado queira cumprir o prazo firmado com a Fifa, de disponibilizar o espaço até 12 de junho.
Caos no trânsito
Em março deste ano, a Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa emitiu uma decisão singular em que afirmava que, caso a obra do estacionamento não se concretize a tempo para o Mundial, o trânsito no entorno da Arena Pantanal pode se tornar “caótico”.
"A não construção desse estacionamento implicaria numa provável situação caótica no trânsito das ruas do entorno da Arena"“Esta Corte entende que a construção desse estacionamento é absolutamente necessária, já que centenas de ônibus terão que estacionar nas proximidades da Arena nos dias de jogos. A não construção desse estacionamento implicaria numa provável situação caótica no trânsito das ruas do entorno da Arena”, diz trecho da decisão.
Na mesma decisão, o TCE determinou que a Prefeitura de Cuiabá adotasse “as providências necessárias para desocupar imediatamente o terreno onde hoje está instalado o terminal atacadista”, para que a Secopa desse início imediato à obra do estacionamento, o que não foi feito.
Resistência
O presidente da Associação dos Permissionários do Terminal Atacadista (Apetac), Luciano Souza, afirmou ao MidiaNews que os feirantes irão resistir à qualquer mudança imediata, se não houver as condições necessárias para abrigar a todos no novo terminal, no Distrito Industrial.
“Só vamos desocupar essa área quando eles concluírem 100% do novo espaço destinado aos 204 permissionários. O que eles querem é concluir 60% da planta e ordenar a mudança de parte dos permissionários e nós não vamos aceitar isso”, disse.
Segundo Souza, as vendas no terminal despencaram em 50%. O local, que antes movimentada 400 toneladas de produtos por dia, vê sair apenas metade disso para abastecer restaurantes e mercados da Capital. Outros boxes do terminal chegaram a fechar por falta de movimento.
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