Nayana Bricat, especial para A Gazeta
Desde a escolha de Cuiabá como uma das cidades sedes da Copa do Mundo 2014, a expectativa dos empresários era que o torneio gerasse emprego e renda e ainda melhorasse diversos setores econômicos.
Com o término dos jogos esta semana já é possível perceber o legado importante deixado pelo Mundial na Capital mato-grossense. Além de se sentirem mais preparados para o mercado, empresários prospectam negócios como consequência do evento esportivo e o melhor, com clientes internacionais.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Paulo Gasparoto, a área de serviços foi a mais beneficiada no comércio mato-grossense com a realização dos 4 jogos da Copa do Mundo no Estado.
“As lojas que vendem produtos referentes ao Mundial estão sendo bastantes visitadas e tiveram melhoria considerável nas vendas desde o início do mês. Porém, o segmento de eletrodoméstico sentiu uma queda em função dos dias considerados feriados. Os sábados que são dias movimentados para essas lojas não está tendo expediente como no último, quando foi realizado um jogo e no próximo ocorrerá o mesmo, pois a seleção brasileira entrará em campo nesta data”. Gasparoto acredita que o segmento de serviços terá alta de aproximadamente 60% no fechamento do mês. “O setor de hotelaria, gastronomia, entretenimento, bares, todos esses tiveram e continuam com grande movimento até porque alguns turistas continuam na cidade”.
Sobre o comportamento do comércio durante os dias de jogos na Capital, Gasparoto acredita que o setor está preparado para receber outros eventos de grande porte. “A área precisa ser demandada para depois dar uma resposta, e isso aconteceu em Cuiabá. No início os empresários não sabiam como se portar porque a cidade nunca tinha recebido evento desse nível. Tudo ocorreu bem, alguns setores foram mais beneficiados que outros”.
Além da exposição do Estado nacional e internacionalmente, o presidente da CDL acredita que o legado mais importante que ficará para o comércio é a melhoria considerável em vendas e também no turismo de negócios. “Acredito que o turismo dará uma resposta muito grande em função do agronegócio, base da economia mato-grossense. Se não acontecesse a Copa aqui o crescimento seria normal, iria demorar dezenas de anos para termos uma capital no nível que teremos daqui alguns meses”.
O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Cuiabá (SHBRS), Luiz Carlos de Oliveira Nigro, explica que o setor hoteleiro se beneficiou com 8 diárias exclusivamente pela Copa do Mundo. “Nesses dias tivemos ocupação completa na maioria dos hotéis de Cuiabá e Várzea Grande. Fora isso não houve ocupação em excesso”. Nigro ressalta que a importância do evento não está somente na lotação dos hotéis mas na divulgação, que retém mais negócios para a Capital. “Hoje podemos dizer que estamos aptos para receber qualquer evento do mundo na cidade. Teremos um aeroporto e transporte de qualidade assim que as obras terminarem. Já temos um setor hoteleiro com 15 mil leitos modernos e ainda 3 Centros de Convenções de grande porte. O lucro não é somente com a hospedagem, mas com o legado importante que deixa para a cidade”.
Segundo ele, o mesmo não aconteceu com os bares e restaurantes da região central e no entorno da Arena Pantanal. “Nesses locais a lotação ainda acontece já que continuam os jogos. No fechamento dos meses de junho e julho terá estabelecimentos que registrarão cerca de 200% de aumento nas vendas em função dos jogos aqui”.
Abaixo do esperado - No interior do Estado o movimento registrado não foi muito promissor como em Cuiabá. Na pousada Rota das Águas, os turistas que passaram pelo local desde o início dos jogos em Cuiabá somam aproximadamente 250 pessoas. “Esperamos que agora, após os jogos alguns turistas venham conhecer mais Mato Grosso. Entendemos que com os jogos muitos preferem ficar na capital, mas acredito que agora a tendência é aumentar as visitas já que o Estado se tornou conhecido a nível mundial”, comenta a proprietária Mari Aparecida Silva.
Para o governador Silval Barbosa (PMDB) o evento deve estreitar as relações de mercado do Estado com os países que jogaram em Cuiabá e também com outros que visitaram o Estado. “Recebemos a presidente do Chile Michelle Bachelet e o vice-presidente da Rússia, de onde compramos insumos para a agricultura e exportamos carne. Além disso, recebemos empresários japoneses. O futuro será bastante promissor para o Estado neste sentido”.
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