Da Redação - Viviane Petroli
Foto: Reprodução/Internet
Em quase 37 anos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul divididos a produção de grãos do que hoje é Mato Grosso cresceu mais de 3 mil por cento e o rebanho bovino quase 300%. Para especialistas, ao contrário do que se pensava em 1977, a divisão foi benéfica para a evolução e independência dos Estados. Na época da separação dizia-se que o então presidente do Brasil General Ernesto Geisel temia que Mato Grosso, terceiro maior Estado em termos territoriais do país, se torna-se economicamente maior que São Paulo. Estado precisa apenas ser mais independente quanto às exportações, dizem os especialistas.
A divisão de Mato Grosso ocorreu em 11 de outubro de 1977 e concretizou-se em janeiro de 1979. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ao se separarem seguiram caminhos diferentes. Na época da separação o Sul, do então Estado uno, era mais desenvolvido que o Norte, tanto que a ferrovia já era realidade no que hoje é o Mato Grosso do Sul.
Segundo relatos de estudiosos e políticos, na época as questões econômicas, somadas as políticas e culturais, levaram a divisão. O governador de Mato Grosso na ocasião José Garcia Neto chegou a comentar que o presidente General Ernesto Geisel decidiu separar o Estado por temer que o mesmo superasse São Paulo.
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Estudos revelam que após a separação o atual Mato Grosso ficou com 38 cidades apenas, cerca de 850 mil habitantes espalhados em uma área de 881 mil quilômetros quadrados. Em 1979 quando a divisão foi concluída Mato Grosso possuía uma arrecadação ICM de Cr$ 916 milhões, uma renda per capita de US$ 450. O rebanho bovino estimado era de 3 milhões de cabeças e a produção agrícola em aproximadamente 1,3 milhões de toneladas, conforme dados da série histórica da Companhia Nacional do Abastecimento.
Passados quase 37 anos a produção agrícola saltou para 46,5 milhões de toneladas e o rebanho bovino para cerca de 29 milhões de cabeças. O Estado possui o segundo maior Valor Bruto da Produção (VBP), ganho da porteira para dentro, de R$ 56 bilhões, perdendo apenas para São Paulo, assim como nas exportações. De acordo com o Impostômetro, de janeiro até o dia 15 de agosto aproximadamente R$ 5,8 bilhões em impostos foram arrecados no Estado. Além disso, em 2011 seu PIB foi de R$ 71,4 bilhões, o 14º maior do país, e sua renda per capita estimada em média de R$ 735,32.
Na opinião do economista Vitor Galesso o momento da divisão é “interessante”. “Muitos optaram inclusive em sair daqui e ir morar no novo Estado, até porque a ferrovia já era realidade lá. Mas, isso permitiu que colonizadores viessem com sua capacidade de investimento e uma eficiência que se espalhou por todo o Mato Grosso”.
Dependência
Hoje, líder em produção agrícola e bovina e vice-líder em exportações, o crescimento econômico de Mato Grosso é visto ao mesmo nível da China, relatam especialistas. Cerca de 60% da soja in natura exportada pelo Estado tem o país asiático.
O economista Vitor Galesso ressalta que se retirar a China do contexto há um equilíbrio de consumo e produção. “Mas, se incluirmos a China no contexto mundial a demanda é maior que a oferta. O país asiático não é um problema para Mato Grosso hoje, pois se ela vir a enfrentar problemas econômicos a alimentação é a última coisa a sofrer cortes, porém Mato Grosso precisa ter um rol maior de clientes mesmo assim, pois quanto mais você pulveriza seu número de clientes menor é o risco de problemas”
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