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28 de novembro de 2014

Produção da agricultura familiar abastece mesa do cuiabano



agricultura familiar na Baixada Cuiabana – Vale do Rio Cuiabá - tem presença garantida na mesa dos cuiabanos – não importa se almoçam em casa ou restaurantes. A produção dos pequenos agricultores representa 90% das verduras típica da culinária regional. 

A atuação do extensionista rural, engenheiro agrônomo Manoel Roque Costa, 55 anos, da Empaer, dentro do projeto do MDA, garante a qualidade e produtividade – consequente melhor renda para os produtores das comunidades de Limpo Grande e Formigueiro, zona rural do município de Várzea Grande. 

O presidente da Comunidade Rural de Limpo Grande, Edelson Pacheco Silva, 44 anos, mais de 25 anos morando na localidade, diz que a Empaer-MT nos últimos dois anos tem sido parceira atuante, com a presença permanente através do extensionista. Ele reclama por mais apoio, como a construção de dois poços artesianos que possa ser usados durante o período da estiagem. Atualmente a comunidade conta apenas com um poço que é insuficiente. Segundo ele, com três poços, um poderia ser usado apenas para a irrigação. 

A comunidade de Limpo Grande tem como base na agricultura a produção de maxixe, jiló, quiabo, abobrinha, feijão de vagem ou feijão baiano, enquanto alguns têm ‘criames’ de galinhas e algumas famílias ainda tem redeiras – já em pequeno número. Segundo Adelson Pacheco, toda a produção de maxixe e quiabo, presentes na culinária cuiabana, que é comercializada em todas as feiras, mercados da capital, Várzea Grande, Livramento é da região. “Frango com quiabo, quiabo cuiabano, é uma receita que já viajou até pro Ceará”, informa. 

O pequeno produtor Domingos Jesus da Costa, 57 anos, além dos produtos citados, também planta de quando em vez pimentão, mas o forte neste período é o maxixe, sem dúvida. Em parte dos 5 hectares de terra de sua propriedade ele chega a produzir 16 toneladas por hectares de maxixe que ele comercializa diretamente no Centro de Abastecimento do Verdão. Ele reclama, até por conta da idade, da colheita do maxixe que é uma planta rasteira. Por conta disso a Empaer-MT já vem desenvolvendo estudos para fazer uma experiência e tentar colher o maxixe no alto. Manoel Roque explica que essa experiência deve começar na propriedade de Domingos Costa e – se der certo ser espalhar pelas demais propriedades. 

O engenheiro agrônomo conta que a ação da Empaer-MT acontece por meio do projeto do MDA que proporciona recursos para aquisição de uma viatura, para ministrar cursos, palestras além de combustíveis. Cada extensionista – pelo regulamento – deve atender 100 famílias, mas ele atende um pouco mais. Os cursos, segundo ele, têm vários focos que vão da escolha da semente ao uso de agrotóxicos de forma a não colocar em risco a saúde do produtor. 


A comunidade de Formigueiro, também em Várzea Grande, já há uma diversidade e encontra produtores de leite, criadores de suínos e piscicultores. O produtor Jairo Antonio da Silva Borges, 58 anos, e presidente da Associação de Produtores, conta na sua pequena propriedade com 80 cabeças de gado, sendo 18 vacas leiteiras que garante uma produção média de 120 litros/dia – parte dessa produção é comercializada mas a maior parte vai para a produção de queijos – frescal, cabacinha e requeijão e doces como cachorrada e doce de leite entre outros. 


João Coutinho é um pequeno produtor de suínos. Três anos atrás tinha duas matrizes e atualmente são 11 e esse incremento de matrizes teve o acompanhamento da Empaer-MT. Paranaense, já viajou pelo Paraguai, produziu café em Rondônia e entre altos e baixos volta às origens familiar, cujo pai que criava porco. 

Outro pequeno produtor, na piscicultura, é a família de dona Ivanete Zanato, que este ano conta com 5 mil peças de peixes nos tanques e espera, enfim, sair do vermelho. Segundo ela, a expectativa é que a produção possa render algo para compensar os investimentos. As espécies que são criadas são o tambacu e o tambatinga. Cada peça, dependendo do tamanho, chega a ser vendida por R$ 10 diretamente ao consumidor. 

Redeiras 

A comunidade de Campo Limpo, além da produção da agricultura familiar, também é conhecida pelas redeiras, famosas pelas redes cuiabanas que já viajaram o mundo. Redeira é uma profissão que se herda de família, mas que está chegando ao fim. A mocidade já não quer continuar a tradição familiar. A informação é das redeiras Cacemira Costa, 65 anos, e Adelaide Ferreira, 59. A primeira já aposentou enquanto a segunda está pensando seriamente em parar de fazer redes. 

A confecção de uma rede – dependendo do modelo – pode demorar até dois meses e pode ser comercializada até por R$ 1.500. Tirando os custos da matéria prima, rende algo como mil reais, ou seja R$ 500 por mês. Não dá para sobreviver de rede, mas entra como uma “ajuda” no sustento da casa.

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