16 de setembro de 2015

Exposição Yudjá – Os Donos do Rio entra em cartaz

ASSESSORIA
Museu de Arte Sacra
Téo Miranda
 Exposição Yudjá ? Os Donos do Rio, no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso
Exposição Yudjá ? Os Donos do Rio, no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso
Dedicado a revelar a religiosidade representada nas artes, o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso quebra paradigmas em nova exposição. Alinhando à temática proposta pela 9ª Primavera dos Museus, é a vez de revelar o resultado de um encontro, digamos assim, abençoado. 

A mostra “Yudjá – Os Donos do Rio”, que abre nesta terça-feira (15), às 09h, segue até o dia 25 de outubro relatando ao público, a incursão do fotógrafo Téo Miranda na cultura do povo yudjá. 

De acordo com a curadora Naine Terena, as imagens feitas em 2012 ressaltam a pujança das cores e formas que permeiam a estética corporal da etnia. “As imagens revelam um povo vaidoso e festivo, mas muito mais que isso, representam a resistência indígena dos ‘donos do rio’”. 

Segundo ela, os yudjás, além de serem grandes pescadores e caçadores, são exímios artesãos, produzem panelas de cerâmica com características personalizadas por trazerem grafismos tradicionais e ricos de significados. Os registros expostos na exposição foram realizados no Parque Nacional do Xingu, nas proximidades do município de São José do Xingu. 

Conhecidos também como juruna, que em língua geral significa "bocas pretas", imprimem em seus corpos tatuagem características desses indígenas: uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Já yudjá significa “donos do rio”, nome que reflete a forte relação com o rio. 

O fotógrafo Téo Miranda acredita que seu trabalho traz não só a representatividade artística, como também, questionamentos críticos sobre os danos que este povo vem sofrendo por conta dos impactos ambientais. “E por que o rio não está expresso nas fotos da exposição? Embora o rio não apareça retratado nas imagens, ele se mantém no ambiente subliminar que as permeia, no mundo dos sonhos dos yudjá”, revela. 

A omissão proposital do rio busca propor uma reflexão séria sobre o impacto que este povo vem sofrendo nos últimos anos. “Eles não podem consumir a água do rio Xingu e seus afluentes devido à extensiva produção agrícola na região, que tem comprovadamente tornado as águas impróprias para o consumo dos povos indígenas”. E o visitante vai chegar a essa conclusão, quando se perguntar: onde está o rio? Por que só os donos do rio aparecem nas imagens? 

A diretora técnica do museu, Maria José Couto, conta que a exposição reúne doze fotografias e vídeos da 1ª Semana Indígena, que ocorreu em 2012 na aldeia Pakaya do Povo Yudjá - Juruna, localizada nas proximidades de São José do Xingu, em Mato Grosso. “Os registros ocorreram durante cinco dias de festa e segundo Téo, esta foi a primeira vez que a comunidade realizou um evento de grande porte, que reuniu outros povos como os trumai e os kayapó”, explicou. “Está imperdível. Fotos belíssimas de grande apelo e reflexão de como estamos tratando nossa terra, como estamos tratando nossa ancestralidade”, revela. 

A exposição integra a programação da 9ª Primavera dos Museus “Museus e Memórias Indígenas” e conta com a articulação e parceria do Projeto Territórios Criativos indígenas (MINC/UFMT/NEC), Ação Cultural, Editora Sustentável, Associação Arupada, e tem a realização do Governo do Estado de Mato Grosso através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), e do Museu de Arte Sacra. 

Serviço 

Exposição fotográfica “Yudjá – Os Donos do Rio” 
Museu de Arte Sacra de Mato Grosso 
De 15 de setembro a 25 de outubro, de terça-feira a domingo (9h às 17h) 
O Museu fica na avenida Clovis Hugney - Complexo Nossa Senhora da Conceição, n°: 239. Bairro: Dom Aquino - Cuiabá- MT 

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