É a única espécie classificada no gênero Cocos.
É uma planta que pode crescer até 30 m de altura, com folhas pinadas de 4–6 m de comprimento, com pinas de 60–90 cm. As folhas caem completamente, deixando o tronco liso.
Botanicamente falando, um coco é um fruto seco simples classificado como drupa[1] fibrosa (não uma noz). A casca (mesocarpo) é fibrosa e existe um "caroço" interno (o endocarpo lenhoso). Este endocarpo duro tem três poros de germinação que são claramente visíveis na superfície exterior, uma vez que a casca é removida. É através de um destes que a pequena raiz emerge quando o embrião germina.
O termo "coco" foi desenvolvido pelos portugueses no território asiático de Malabar, na viagem de Vasco da Gama à Índia (1497-1498), a partir da associação da aparência do fruto, visto da extremidade, em que o endocarpo e os poros de germinação assemelham-se à face de um "coco" (monstro imaginário com que se assusta as crianças; papão; ogro), conforme conta o historiador João de Barros no seu livro Décadas da Ásia (1563) "[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer coisa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou, que ninguém lhe sabe outro, [...]." [2] . Do português o termo passou ao espanhol, francês e inglês "coco", ao italiano "cocco", ao alemão "Kokos" e aos compostos "coconut", inglês, e "Kokosnuss", alemão.
Em algumas partes do mundo, macacos treinados são usados na colheita do coco. Escolas de treinamentos para macacos ainda existem no sul da Tailândia. Todos os anos são realizadas competições para identificar o mais rápido colhedor.
No Brasil se produz muita cocada feito do fruto da polpa do coco da baia
Coqueiros em um clima tropical em Barra de Punaú no Brasil.
Todas as partes do coco, salvo talvez as raizes, são úteis e as árvores têm comparativamente um alto rendimento (até 75 cocos por ano); ele então possui significativo valor econômico. De fato em Sânscrito o nome para o coqueiro é kalpa vriksha, o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". Os usos das várias peças da palma incluem:
O branco, parte gorda da semente, é comestível (fresco) e usado (seco e dissecado) em culinária;
A cavidade é cheia de "água de coco" que contém os açúcares que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa nata de coco;
Leite de coco (que tem aproximadamente 17% de gordura) é feito processando o coco ralado com água quente que extrai o óleo e os compostos aromáticos;
O líquido obtido da incisão da base das inflorescências do coqueiro forma uma bebida conhecida em inglês por "toddy", nas Filipinas chamada tuba e em Moçambique, sura;
Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco" (embora a colheita desta mate a árvore);
O interior da ponta crescente é chamado coração-da-palma ou "palmito" e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário" (isto também mata a árvore);
Copra é a carne seca da semente, usada para preparar o óleo do coco;
O resíduo que fica depois de preparar o óleo é usado como ração para animais;
O tronco fornece madeira para construção;
As folhas fornecem materiais para cestas e palha de telhado;
A casca e a fibra do coco podem ser usados para combustível e são uma fonte boa do carvão de lenha;
Servem ainda em artesanato no fabrico de jóias, utensílios domésticos, objetos decorativos entre outros;
Nos teatros, usavam-se metades de casca de coco que, batidas, davam o som de cascos de cavalo;
A fibra pode ainda ser usada para o fabrico de cordas e tapetes, para enchimento de estofos e para o cultivo de orquídeas e outras plantas;
Havaianos usam o tronco oco para dar forma a um cilindro, que pode servir como recipiente, ou mesmo canoas pequenas.
A água do coco tem componentes presentes no plasma do sangue e é conhecida por ter sido usada como um líquido endovenoso de hidratação no passado quando havia uma falta de líquido próprio para transfusão de sangue. A água do coco tem teores elevados de potássio, cloreto e cálcio, porém sua osmolaridade média é de cerca de 500mOsm, contra 300mOsm do plasma sanguíneo. Já foi indicada em situações emergenciais em que se pretendia o aumento destes eletrólitos , porém, sabe-se hoje que seu uso endovenoso deve ser proscrito visto que além de haver diferença nas osmolaridades, os antígenos ali presentes podem desencadear choque por anafilaxia ou hemólise auto-imune.
Coco no folcloreEdit
A lenda popular da Indonésia denominada Hainuwele ("A rapariga do coco") conta a história da introdução do coqueiro em Seram.
Referências
Antonieta Barreira Cravo. frutas & ervas que curam. Hemus; ISBN 978-85-289-0489-5. p. 80.
Barros, João de. Da Ásia de João de Barros Dos feitos que os Portuguezes fizeram no Descubrimento, e conquista dos Mares, e Terras do Oriente. Década Terceira. Lisboa : Na Régia Officina Typografica, 1777-1788 (Biblioteca Nacional Digital)
Nenhum comentário:
Postar um comentário