Diretrizes para profissionalizar trabalhadores do setor foram desenvolvidas pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Universidade de Brasília, empresários e trabalhadores.
Por Mariana Oliveira
Ministro na mesa do CNT. Crédito: Roberto Castro
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, lançou nesta terça-feira (27) a Política Nacional de Qualificação no Turismo, documento que traz diretrizes para o Brasil alcançar a excelência no atendimento ao turista em seus destinos. A Política foi construída com a participação de representantes da cadeia produtiva do turismo, do terceiro setor e de gestores públicos, e traduz os anseios e demandas do turismo por serviços e mão de obra qualificados.
“O turismo gera 1 de cada 10 empregos no mundo, o que demonstra a dimensão desta atividade no contexto da economia global. No Brasil, o setor emprega sete milhões de pessoas, direta e indiretamente, e a meta é chegar a nove milhões de empregos até 2022. A qualificação se coloca como condição importante para ampliarmos a empregabilidade por meio do turismo e contribuir efetivamente com os esforços do governo federal para enfrentar os desafios da educação profissional no país”, afirmou o ministro durante reunião do Conselho Nacional de Turismo (CNT), em Brasília.
Para a secretária de Promoção e Qualificação do MTur, Teté Bezerra, a Política Nacional de Qualificação chega em um momento crucial para o país, auxiliando no combate ao desemprego e criando novas oportunidades para acesso dos jovens brasileiros ao mercado de trabalho. “Como política de Estado, ela contribui também para que o Turismo se destaque como uma atividade capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico, gerar emprego, renda e reduzir as desigualdades regionais”, disse.
Com a implementação da Política Nacional de Qualificação no Turismo será possível o planejamento de curto, médio e longo prazos das ações que têm como objetivo melhorar a qualidade dos serviços turísticos e contribuir para consolidar o turismo como uma atividade geradora de emprego, renda e inclusão social no país. Para Vera de Morais, representante da Confederação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade na Câmara Temática de Qualificação do CNT, a nova política também vai permitir requalificar os trabalhadores e melhorar a qualidade dos serviços de quem já está no mercado.
O setor empresarial, representado por Osório Naves, da Confederação Nacional de Turismo (CNTur), reconhece a necessidade da nova política de qualificação priorizar a base dos serviços turísticos sem esquecer da gestão. “Os municípios que já investem em educação para o turismo, desde o ensino fundamental, como Gramado e Canela, na Serra Gaúcha, têm o setor como principal atividade econômica”, ressaltou Márcio Nascimento, representante da Confederação Nacional dos Municípios.
As diretrizes descritas no documento estão alinhadas às metas globais anunciadas do Plano Nacional de Turismo (PNT), também divulgadas nesta terça-feira, durante reunião do Conselho Nacional de Turismo. De acordo com o novo PNT, o Brasil deverá aumentar o fluxo de turistas nacionais e internacionais, além de ampliar a receita gerada por turistas internacionais. “Sem qualificação não temos como avançar. Quanto mais qualificados forem os serviços e produtos turísticos, mais competitivo será o destino Brasil”, destacou Neusvaldo Lima, diretor de planejamento e gestão estratégica do Ministério do Turismo.
Em 15 anos, o Ministério do Turismo já investiu R$ 14 bilhões em infraestrutura dos destinos. A política de qualificação será o eixo norteador dos planos e programas que serão traçados. “Precisamos trabalhar em larga escala e pôr essa política em prática, respeitando as especificidades locais, o perfil do público e modalidades dos cursos de formação”, disse Neuza Portugal, coordenadora técnica da Câmara de Qualificação do Conselho Nacional de Turismo.
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