O Estado do Pará ganha mais um complexo turístico a partir do próximo dia 19 de dezembro. A data marca a inauguração do Complexo de Musealização do Parque Estadual Monte Alegre (PEMA), localizado no município de Monte Alegre, região do Baixo Amazonas.
A obra conta com pórtico de entrada, centro de visitação, circuito de malocas, trilha e estruturas para contemplação de sítios arqueológicos, estacionamento, além da elaboração e divulgação de diversos produtos relacionados à Arte Rupestre, principal patrimônio cultural e histórico do Parque.
A inauguração acontece a partir das 10h, na sede do PEMA, que fica na Zona Rural de Monte Alegre. Estarão presentes entre outros o presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), Thiago Novaes, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Thales Belo, e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Pará, Cyro Lins.
A cerimônia contará, também, com a apresentação do Coral da Cidade de Monte Alegre, formado por alunos de escolas públicas do município. O coral cantará o hino do Pará e músicas típicas.
PEMA - É a primeira Unidade de Conservação Estadual na categoria Parque do estado do Pará. Foi criado legalmente em 2001, com um território aproximado de 3,7 mil hectares (ou 36,78 km²). A área se estende por diversas riquezas naturais, culturais e históricas, como 45 sítios arqueológicos, rios, floresta, montanhas e cavernas.
Os sítios arqueológicos são alguns dos principais atrativos turísticos do Parque. Eles guardam os primeiros resquícios da passagem dos seres humanos pela Amazônia: são pinturas rupestres que remontam a mais de 11 mil anos, além de itens cerâmicos, como jarros e pratos que foram encontrados em escavações no local.
Dois dos principais sítios arqueológicos – a Serra da Lua e a Pedra do Mirante – estão no circuito do Complexo de Musealização inaugurado.
A Serra da Lua é o sítio mais conhecido. Ela traz pinturas que se estendem por mais de 200 metros de um paredão de pedra na Serra do Ererê. Entre os diversos painéis desse paredão, os quais podem ser vistos desde a base da serra, é possível vislumbrar figuras em amarelo e vermelho representando animais, mãos e formas geométricas.
Já na Pedra do Mirante, o principal atrativo é a vista. Um panorama de 360º que abrange uma boa parte da exuberante natureza do parque. Para chegar ao alto da pedra é necessária uma pequena escalada entre as rochas, que faz do passeio uma bela aventura.
“Além desses dois sítios arqueológicos, que são os principais, outros quatro sítios também serão abertos para visitação. Os outros sítios do Parque, por conta da fragilidade dos resquícios e das necessidades de conservação, são restritos a pesquisadores com autorização do Ideflor-bio”, explica a servidora do Ideflor-bio, Andreia Dantas.
Obras - O Complexo de Musealização do PEMA ligará o pórtico de entrada às trilhas que seguem para a Serra da Lua e a Pedra do Mirante. A área construída é de 1,4 km² e tem o objetivo principal de proporcionar uma maior estrutura de acolhimento a turistas e visitantes, ao mesmo tempo em que incrementa a proteção e a gestão da UC.
Thiago Novaes conta que as obras atendem a três pilares importantes quando se trata da gestão de parques: “Ela proporciona mais conforto, tornando a experiência do visitante mais qualificada; também aprimora o fator de proteção da Unidade de Conservação (UC), porque a estrutura garante uma maior facilidade de visitação, ao mesmo tempo em que cumpre os requisitos para conservação dos sítios arqueológicos; e, por fim, melhora as condições de gestão e governança, garantindo ao poder público maior eficácia em suas ações, que vão desde a educação ambiental até as operações de fiscalização na UC”.
O PEMA conta, agora, com 40 vagas de estacionamento para motos, carros, vãs (42), ônibus (4) e micro-ônibus (4); no Centro de Visitantes, os frequentadores encontram banheiros, lanchonete, loja de souvenir, auditório, minibiblioteca, recepção, copa e a administração do Parque, que é feita pelo Ideflor-bio. Há também um circuito com 12 malocas, onde as pessoas poderão descansar, contemplar as pinturas e fazer lanches.
As obras, que tiveram início em 2017, somam aproximadamente R$ 3,4 milhões investidos por um convênio entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará - Semas (cerca de R$ 1,7 milhões) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Iphan (cerca de R$ 1,6 milhões).
“Ressalta-se que a obra atende todos os requisitos de sustentabilidade; o prédio do Centro de Visitação terá eficiência energética, com sistema de energia solar em licitação; captação e reuso de água; iluminação natural. Além disso, a obra também foi uma boa oportunidade de empregos na região: neste primeiro momento de execução do convênio entre Semas e Iphan foram geradas 46 contratações diretas e 52 duas indiretas, assim como movimentou a economia de Monte Alegre no ramo da construção civil”, assinala a servidora do Ideflor-bio e gerente do Parque, Patrícia Messias.
Comunidades - Os impactos positivos às comunidades dos arredores do Parque são também de longo prazo. Juntamente com as obras do Complexo de Musealização, o Ideflor-bio, em convênio com a Semas, preparou as comunidades do entorno para a inauguração.
Dentre as ações estão capacitações voltadas para as boas práticas no recebimento de turistas e visitantes, que foram desde cursos para a formação de condutores de visitantes em ambiente natural até a formação de camareiras e capacitação em hospitalidade turística, turismo comunitário, panificações, gastronomia e artesanato.
As ações impactaram seis comunidades da região: Ererê, Maxirá, Maxirazinho, Santana, Paituna e Lages, as quais ficam nos arredores do PEMA e dentro da Área de Proteção Ambiental Paytuna. Com as capacitações, buscou-se dinamizar a economia dessas comunidades por meio do turismo.
“Essa é uma forma de geração de renda ‘limpa’, porque implica em diversos ramos da economia local como hotelaria, gastronomia, transporte, comércio de artesanato e, em especial, resgata e preserva a memória cultural e histórica do povo do Baixo Amazonas”, acrescenta Patrícia Messias.
O novo complexo também gera renda em outros setores, como o de contratação de pessoal para vigilância, manutenção predial e de áreas verdes. “Com essas contratações são previstas a geração de mais 22 postos de serviços diretos”, complementa a gerente.
Riquezas Naturais – O Parque Estadual Monte Alegre foi criado para preservar uma parte das riquezas naturais e do patrimônio histórico e cultural que a região do Baixo Amazonas abriga. Do ponto de vista ambiental, o PEMA é caracterizado por estar no bioma Amazônia, com floresta ombrófila e a predominância da vegetação de cerrado. Essas vegetações, que combinam as matas fechadas com espaços mais abertos dão o tom das paisagens locais.
Já as espécies animais são aproximadamente 333, entre répteis, anfíbios, mamíferos e aves. As aves são a categoria mais numerosa, com cerca de 261 espécies catalogadas, dentre elas algumas, tais como o Cacaué.
O PEMA também é composto por diversas grutas e orifícios entre formações rochosas. Somente na Serra do Ererê e na Serra Paituna foram catalogadas 11 cavidades, como a Gruta da Pedra Pintada e a Gruta do Labirinto, que chegam a 89 e 90 metros de desenvolvimento, respectivamente.
Turismo e Educação Ambiental – Esses são alguns dos atrativos que serão encontradas por turistas e visitantes no Parque. Depois da inauguração, o PEMA permanecerá aberto à população, com entrada gratuita.
A incursão em trilhas para chegar aos sítios arqueológicos, no entanto, demanda o acompanhamento de algum condutor de natureza habilitado pelo Ideflor-bio. Esses condutores, que vivem nas comunidades dos arredores do PEMA, foram capacitados pelo Ideflor-bio, Semas e Secretaria Estadual de Turismo (Setur) para conduzirem de forma segura dentro do Parque.
Além dos conhecimentos de condução e primeiros socorros, os 25 condutores também foram formados para apresentar aos visitantes e turistas as principais riquezas culturais e históricas existentes no local.
Com a inauguração do Complexo de Musealização do PEMA, o Ideflor-bio também espera aprimorar ainda mais a realização de ações de educação ambiental e de pesquisas científicas, um dos fortes da Unidade de Conservação.
“Já realizamos frequentemente ações de educação ambiental voltadas a jovens, adultos e estudantes das escolas da região. Com a nova estrutura, que contempla auditório e minibiblioteca, teremos melhores condições de realizar essas ações e trazer as pessoas pra dentro do Parque, para mostrar como é essencial cuidar desse lugar, que é de todos”, comenta Patrícia Messias.
O PEMA também é um campo apropriado para pesquisadores e cientistas de diversas áreas, como biólogos, antropólogos e arqueólogos, que vem ao Parque para conhecer e reconstituir um pouco mais da história ancestral da Amazônia.
Serviço:
Inauguração do Complexo de Musealização do Parque Estadual Monte Alegre
Dia 19/12, às 10h
Zona Rural de Monte Alegre, no Baixo Amazonas
Apresentação do Coral da Cidade de Monte Alegre
Texto:
Dilermando Gadelha
Fone:Governo do Estado do Pará
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