27 de dezembro de 2018

FOPES REALIZARÁ SEMINÁRIO SOBRE "AS NOVAS RELAÇÕES DO TRABALHO" NO DIA 08 DE FEVEREIRO DE 2019


Realizada no dia 19 de dezembro nas dependências da Superintendência do Trabalho e Emprego, a última reunião do ano contou com os seguintes pontos de pauta:

01. Chuva de Ideias – Impressões sobre a ecosol e as medidas a serem encaminhadas
02. Reflexões sobre as deliberações da Reunião da Executiva Nacional do FBES;
03. Análise de conjuntura – Articulação transversal com movimentos sociais, igrejas, sindicatos, etc,

Esta reunião contou a participação de representantes dos seguintes Fóruns Regionais:
01. São Carlos: Walcinyr Bragatto, Caio, Luisa, José Eduardo.
02. Fórum da Baixada Santista: Danielle M. Robelo, Marcelo;
03. Guarulhos: Robson;
04. Osasco: Edna Simão, Margarida,
05. Ribeirão Preto: Niltinho;
06. São Paulo: Vera Machado, André Luzzi, Diego, Juraci;
07. Campinas: Dirval, Thiago Custódio;
08. Oeste e Centro Oeste Paulista: Gabriel, Anne Caroline;
09. Grande ABC: Adolfo Homma, George Winnick.

Os Fóruns Regionais do Vale do Ribeira, Noroeste Paulista e Rio Claro, não enviaram representantes.

Desenvolvimento dos pontos de pauta:

01. CHUVA DE IDEIAS:
Antes do início da pauta propriamente dita, os presentes iniciaram reflexão sobre impressões gerais a respeito da economia solidária e medidas e encaminhamentos a serem adotadas. Em função do interesse pelos conteúdos que estavam sendo desenvolvidos e de pontos levantados que necessitavam ser encaminhados, os participantes entenderam que que deviam continuar com essas reflexões “informais”, tornando esse momento em um primeiro ponto de pauta.

Pontos levantados pelos presentes:

- A dimensão da autogestão da economia solidária é muito ampla e é estruturante;
- Reduziram o movimento da economia solidária à trabalho e renda, mas nós sabemos que é muito mais do que isso, é um novo projeto de sociedade;
- Vocês se lembram do Governo Paralelo, que criamos na era Collor. O momento que estamos vivendo exige medida semelhante, mas com participação massiva e estruturante;
- Precisa tomar cuidado para que não fiquemos no ativismo pelo ativismo. Agora é uma boa hora para encaixar as peças do quebra cabeça chamado economia solidária; faltam algumas, vamos encontra-las e construir um novo significado;
- O momento não é só de resistir, é de construir, é de propor...;
- Estamos vivendo um período de barbárie humana, enxergar essa realidade nesta perspectiva não é fácil, a irracionalidade e a banalização inviabilizam ou dificultam essa visão...;
- A Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, introduz a informatização da manufatura de uma forma que pode dificultar a economia solidária evoluir. A tecnologia é um campo em disputa, ... precisamos buscar hegemonia neste espaço, precisamos dialogar com a universidade e com setores que atuar nesta “onda”;
- Precisamos nos posicionar a favor de um novo projeto de sociedade tendo clareza do significado, conceito, estrutura e formação dessa sociedade. Ser contra a sociedade que não queremos não é suficiente...;
- A economia solidária contém ingredientes significativos para a construção desse projeto de sociedade, ... está visível que faltam outros ingredientes, ... precisamos procurar, inventar ou construir o que está faltando;
- Onde queremos chegar? A resposta a esta pergunta com fundamentação clara e objetiva pode abrir caminhos para que possamos trilhar com mais objetividade;
- Economia Solidária é movimento ou uma nova alternativa de desenvolvimento? O que está claro é que a Economia Solidária enquanto economia, é uma nova concepção que introduz a ética, democracia, transparência, solidariedade e sustentabilidade ao conceito da economia em sentido amplo. Agora, pessoas ou grupos que aderem, apoiam ou acreditam que a economia solidária é uma nova alternativa de desenvolvimento formam movimentos. Nesse sentido, a economia solidária em sí mesmo não é movimento, mas sim as pessoas ou grupos;
- Não podemos atuar com preconceitos em relação ao Sebrae e a sua filosofia, simplesmente negando suas ações como se tudo fosse negativo. Podemos e devemos atuar nos interstícios, reconhecendo o que for positivo e enfrentar o contrário;
- Enquanto ação concreta, que precisamos colocar em prática, necessitamos produzir materiais impressos para servir de ferramentas didáticas para contribuir com as fundamentações de acordo com essa visão de economia solidária mais estruturante, que abarque a economia como um todo;
- Importante criarmos disciplinas nas universidades que contemple a economia solidária, em diversos modalidades de cursos: economia, sociologia, pedagogia, gestão pública, comercio internacional, história, geografia, etc. Para isso, precisamos sistematizar os conhecimentos sobre o tema de forma científica e devidamente estruturada, com maior solidez e fundamentação interdisciplinar ou/e transdisciplinar, de forma transversal aos diferentes cursos;
- Ter concentrado o foco nos setores mais vulneráveis por questão estratégica era uma necessidade, pois a origem dos recursos do governo federal era de pastas relacionadas a esses segmentos sociais. Não ter avançado de forma mais incisiva em outras direções, acabou sendo um “erro construtivo”, ou seja, aprendemos com essas experiências que devíamos ter ousado mais;
- A nossa ousadia deve caminhar na direção de elaborarmos um Projeto de Desenvolvimento para o País, que esteja alinhado com a irradiação de “empreendimentos” solidários nos três setores da economia, primário, secundário e terciário, de tal forma que com esses núcleos produtivos democráticos, éticos, transparentes e sustentáveis, consigamos demonstrar o mundo que queremos e temos condição de construir;
- Precisamos definir o papel do Estado e de Governos nesta construção. Estado e Governo democráticos alinhados em promover distribuição de renda entre a população de forma mais equitativa e justa, com um desenvolvimento que atenda as necessidades e interesses da maioria da população, certamente tem espaço nesta alternativa de desenvolvimento. Estado e Governo autoritário, concentrador de renda em mãos de poucos e promotor de injustiça social e econômica, não estarão alinhados com esse conceito;
- Não podemos contrair a “síndrome de que precisamos resolver tudo no amanhã” a construção tem que ser coletiva, de acordo com “nosso tempo”;
- Na vida encontramos momentos para avançar e momentos para recuar. A conjuntura atual é de recuar para avançar na hora seguinte. Tudo é uma questão de saber a hora certa para avançar e recuar, tanto a nível tático quanto estratégico;
- PROPOSTA: Mapear os espaços para dialogar com a população sobre a Economia Solidária. Sindicatos, Igrejas, Movimento Sociais e Populares, etc.
- Tivemos avanços para nós mesmos. Falamos sobre economia solidária entre nós, mas não com a sociedade. Por este motivo, não estamos sentindo grandes avanços;
- O mundo do trabalho está passando por inúmeras transformações, e tende a aumentar a velocidade destas mudanças. Os chamados empregos com carteira assinada tendem a acabar. A mais valia ocorre no mercado financeiro e menos na relação capital-trabalho: a exploração da mais valia ocorre em maior escala no mercado de capitais, nos juros abusivos e multas “provocadas intencionalmente”; Os núcleos produtivos associados passam a ser um mecanismo de defesa contra as grandes corporações empresariais e financeiras, e ao mesmo tempo, uma estratégia para enfrentar essa situação “fora de controle”; Em alguns casos, a única saída;
- Lutamos muito para “consolidar” a economia solidária por meio da legislação. Gastamos muito esforço com isso. Será que é na Lei que devemos insistir para avançar essa luta?;
- Nós estamos nesta caminhada há muito tempo. Caminhamos as vezes lado a lado, outras vezes por caminhos diferentes, mas não antagônicos. A realidade é complexa, e a mudança dela também continua sendo.
PROPOSTA: Precisamos de um momento para sintetizar de forma dialética as inúmeras informações que acumulamos com o passar dos anos; Um seminário para reorganizar nossas idéias e ideais; muitas peças que temos em nossa narrativa nos ajudaram a montar parte deste quebra cabeça chamado economia solidária. Estamos no dia de hoje descobrindo outras peças que faltam neste tabuleiro. Este seminário pode ajudar a encontrar outras peças a serem encaixadas ou ainda mudar a posição de algumas delas para potencializar os significados;
- Estamos atuando juntos porque temos um DNA no sangue que nos aproxima;
-O Fopes é uma importante referência da ecosol no Estado de São Paulo. O nosso esforço para estamos aqui é muito importante. Não podemos deixar a “peteca cair”. Nossa presença, por sí só, é um sinal de que podemos ter esperança. Tem muita gente querendo procurar esse espaço, vamos divulgar;
- Precisamos trazer mais os jovens para debater a economia solidária. Eu sou um dos poucos aqui que era criança quanto tivemos o Lula como presidente, e posso dizer que a economia solidária não dialoga com os da minha geração. Nós não nos sentimos contemplado nesta discussão. Vocês não falam conosco. A nossa juventude não chega aqui.
- O jovem me motiva. Se não procurarmos os jovens o que será da economia solidária?;
- As finanças solidárias podem ser um espaço importante para avançar a economia solidária. Apenas para efeito de exemplificação, mas que deve ser entendido com os devidos cuidados, “o segredo das igrejas evangélicas está na contribuição, no dízimo”. Se as pessoas se ajudarem mutualmente seguindo conceito semelhante ...;
- Eu sou empreendimento; tenho uma preocupação muito grande em relação à ausência de representantes de empreendimentos em nossas reuniões. Temos muita gente apoiando a economia solidária, mas precisamos de mais pessoas que estão nos empreendimentos praticando no dia a dia. Sem que isso aconteça, tenho grandes preocupações...
- O que precisa ficar claro é que o movimento da economia solidária acontece mesmo diante de todo esse desmonte da estrutura federal relacionado ao tema. Não podemos nos desanimar...
- PROPOSTAS: 01. SEMINÁRIO SOBRE AS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO;
02. CICLO DE DEBATES COM GRUPOS ESPECÍFICOS – PROFESSORES – IGREJAS (Com o acompanhamento de representantes do Fopes).

Sobre o SEMINÁRIO: AS NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
Fundamentação: As novas relações de trabalho que estão se formando no mundo exigem novas formas de organização e de reestruturação da sociedade e da economia. O objetivo deste seminário é promover reflexões sobre essas novas relações e suas consequências para a sociedade nos próximos anos. Quem ganha e quem perde com essas mudanças? Quem são os mais afetados? O que tem que ser feito para que os impactos nocivos sejam os menores possíveis? Quais são as causas e as consequências dessas transformações?

DATA INDICATIVA PARA O SEMINÁRIO: DIA 08 DE FEVEREIRO
LOCAL: AUDITÓRIO DA SUPERINTENDÊNCIA DO TRABALHO – 2º ANDAR
HORÁRIO: DAS 9:00 ÀS 17 HORAS

Comissão Organizadora:
André
Vera Machado
Margarida
Diego
Dirval
Thiago Custório – Comunicação
Caio
Adolfo
Robson
Atribuições da Comissão:
01. Organizar as mesas: selecionar os debatedores;
02. Articular os convidados para o Seminário: Representantes de Movimentos e Organizações Populares e Sindicais, Representantes de Igrejas, Jovens, Mulheres, Movimento Estudantil, militantes da Economia Solidária dos Fóruns Regionais e Municipais;
03. Questões gerais.

PRÓXIMA REUNIÃO DO FOPES – 18 DE JANEIRO DE 2019

Mensagem do Adolfo Homma - Coordenação Executiva do Fórum Paulista de Economia Solidária. ☝🏾☝🏿☝☝🏼

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