O Brasil produziu quase o dobro do segundo colocado, o México. As exportações brasileiras de café solúvel tiveram alta de 9,6% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Produto ganha campanha para fomentar o mercado nacional e internacional.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15) pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), durante evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
À esquerda, Pedro Guimarães, presidente da ABICS, e Paulo Skaf, presidente da FIESP
A receita cambial acumulada no período foi de US$ 274,7 milhões. O valor, entretanto, é 3,8% menor do que o atingido entre janeiro e junho do ano passado (US$ 285,5 milhões). O total de 2019 até o momento representa 1.861.793 sacas de 60 quilos comercializadas com outros países, 162.446 sacas a mais que no período anterior e 175.223 sc a mais que no primeiro semestre de 2017.
A expectativa do presidente da ABICS, Pedro Guimarães, é de que a performance seja melhor na segunda metade do ano, no embalo da conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (EU). “A retirada gradativa, em quatro anos, da tarifa de 9% aplicada pela UE às nossas exportações ampliará nossa competitividade”, afirma.
Destinos
No primeiro semestre, segundo a entidade, os principais destinos do café solúvel produzido no Brasil foram Estados Unidos, Rússia, Indonésia, Japão e Argentina, repetindo a lista dos maiores compradores de 2018 e 2017. Para os Estados Unidos foram exportadas 644.301 sacas no ano passado (US$ 97,3 milhões), enquanto a Rússia recebeu 439.062 (US$ 76 milhões).
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Em todo o ano passado, o volume de exportações de café solúvel nacional avançou 6% ante 2017, passando de 3.482.908 sc para 3.725.656 sc. O faturamento, entretanto, teve baixa de 7%, diminuindo de US$ 642,5 milhões para US$ 599,8 milhões. Os índices consolidam o Brasil como líder em produção e exportação desse produto no mundo.
“O Brasil tem 13% de share [participação] na produção mundial de café solúvel e 14% de share na exportação mundial”, aponta o diretor de relações institucionais da ABICS, Aguinaldo Lima. Em 2017, com 4,5 milhões de sacas, o Brasil produziu quase o dobro do segundo colocado, o México (2,9 milhões). Nas exportações, foram 3,4 milhões de sacas nacionais frente às 3 milhões sc da Alemanha.
Fomento para o mercado nacional e internacional
Durante o evento em São Paulo, a ABICS apresentou a campanha “Crie & Curta” (que na versão em inglês se tornou “Explore & Enjoy), que tem objetivo fomentar o mercado interno e colocar o café solúvel brasileiro em evidência no mercado internacional. A ação foi idealizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Abaixo você confere o vídeo promocional para a campanha “Crie e Curta”:
Vídeo promocional “Manifesto ABICS” – para promoção do consumo de café solúvel
De acordo com Aguinaldo Lima, a nova marca objetiva ressaltar a variedade e a riqueza de possibilidades de uso do produto. “Café solúvel é uma bebida energética e preparada de forma muito rápida. Queremos mostrar para o consumidor que este tipo de café tem vários sabores, inúmeras formas de preparo e de uso com grande versatilidade e praticidade”, diz o diretor.
Aguinaldo Lima – Diretor de Relações Institucionais da ABICS
Ainda segundo Lima, o café solúvel é o 12º produto que mais movimenta recursos no agronegócio. “Nosso café solúvel está na liderança há mais de 50 anos. Temos mais de 25 certificações de controle de processos, qualidade, segurança alimentar, sustentabilidade, de categorias específicas, entre outros. São chancelas fundamentais para a conquista dessa liderança.”
Indústrias de café solúvel
No país, a produção do café solúvel está concentrada em seis grandes grupos – Nestlé, Café Iguaçu, Cacique, Campinho, Real Café e Cocam. Juntos, eles representam 99,5% do setor, de acordo com o presidente da ABICS, Pedro Guimarães. A expectativa é que o mercado cresça 5% em volume e 2% em faturamento neste ano.
No Brasil, o café solúvel corresponde a 5% do consumo total de café. A perspectiva é dobrar o consumo nos próximos cinco anos. “O café solúvel é muito bom para misturas, por exemplo, com leite, é matéria-prima para os capuccinos e outras combinações. Queremos ampliar nossa atuação no mercado brasileiro, incentivar o consumidor brasileiro com o café solúvel através das grandes marcas que têm capacidade de distribuição que o café solúvel chegue em qualquer ponto do país, oferecendo vários tipos e sabores”, comenta Aguinaldo.
Logo abaixo você pode conferir um infográfico que mostra o processo de produção do café solúvel:
Infográfico de produção do café solúvel – ABICS
A história do café solúvel
Sua história começou em 1901, data em que Satori Kako, químico japonês, radicado em Chicago (EUA), inventou um café em pó instantâneo, vendido na Exposição Pan Americana de Nova York. Décadas se passaram até que uma grande oportunidade surgiu, decorrente do excesso de café em estoque nos armazéns brasileiros, durante a crise mundial dos anos 30. Na ocasião, foi solicitado as empresas suíças que estudassem maneiras de transformar este café estocado em “cubos de café” e que mantivessem as qualidades do café por longos períodos e pudessem ser vendidos para o consumidor.
Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé desenvolveu uma solução, baseada em um pó de café que poderia ser dissolvido em água para consumo, com características similares as do café fresco. A Nestlé financiou a fabricação deste produto inovador, lançando o Nescafé em 1938, sucesso imediato na Europa e nos Estados Unidos. Consumido, principalmente, pelos soldados americanos durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua praticidade e facilidade na hora do preparo.
No Brasil, o café solúvel chegou em 1953. Mas foi a partir da década de 1960, que começaram a surgir as produtoras aqui. Desde então, o Brasil é líder mundial de produção e exportação de café solúvel.
Quer saber mais? então acesse o site da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS) e veja outros detalhes sobre o produto.
Por: AGRONEWS BRASIL, com a colaboração de Rafael Iglesias – Texto Comunicação Corporativa
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