[Por Airto Zamignan] - Balsas (MA),
À Cargill S/A,
Duas considerações, uma econômica e outra ambiental mostrando a dificuldade do produtor acreditar nessa empresa. E os motivos que tantas ONGs dizem estarem preocupadas com o meio ambiente Brasileiro.
Econômica: Hoje algumas fazendas na região dos "Gerais de Balsas" conseguem produzir duas safras por ano. Uma de soja com 3.600 kg/ha e uma segunda safra de algodão. Um produtor Americano consegue fazer uma única safra por ano, com média de 3.300 kg/ha de soja. O produtor Australiano consegue fazer uma safra anual de algodão. Resumindo, um produtor Brasileiro consegue no mesmo período produzir mais ou igual, que um produtor Americano e um produtor Australiano juntos. Outra possibilidade do produtor Brasileiro na segunda safra, é plantar milho no lugar de algodão, colhendo (em alguns casos) mais de 9.000 kg/ha de milho. Ao passo que o Americano consegue produzir 10.000 kg/ha (porém o produtor Americano consegue uma única safra anual; soja ou milho. Ambas, não.) Ou seja, o produtor do cerrado Brasileiro consegue produzir por hectare(ha) anualmente o que um Americano levará dois anos.
Desconhecemos qualquer atividade econômica, em que um concorrente (Brasil) consegue obter o dobro de produção do outro (EUA). Entre gigantes mundiais, é raro acontecer o que ocorre com a agricultura do cerrado, em que um produtor (Brasileiro) consegue em alguns casos, ter uma eficiência e produtividade igual ou maior que seus concorrentes juntos (Americano e Australiano).
O mundo que hoje têm mais de 7 bilhões de pessoas, terá nos próximos 30 anos quase 10 bilhões; esse crescimento populacional ocorrerá principalmente na África e na Ásia. E vai modificar ainda mais o cenário econômico mundial. A Ásia terá 4 países (China, Índia, Indonésia e Japão) entre os 5 mais ricos. A Europa que a 25 anos atrás tinha três países entre as cinco maiores economias, não terá nenhum. A China vai ter uma economia maior que as dez (10) maiores economias Europeias juntas. E irá ultrapassar a economia Americana, que por um longo período foi a maior do mundo. Esse crescimento populacional e econômico Asiático beneficiará muito a América Latina, principalmente o Brasil que será o maior exportador de alimentos. Esse crescimento fará nosso país ser a sexta maior economia do mundo, superando individualmente cada país Europeu.
Ambientalmente, produtor do cerrado Maranhense pode usar 65% de sua área, menos APP (Área de preservação permanente). Exemplificando, se tiver 30%( nascentes de rios, matas ciliares, várzeas, morros, etc...) de 100 sobrariam 70; desses ele pode usar 65% ou seja, 70x65%= 45,5% de sua área total pode ser utilizados, os outros 44,5% terão que ficar para reserva.
Por outro lado o produtor Europeu ou Americano (onde estão as ONGs parceiras dessa empresa). Reserva legal: não existe. Área de preservação permanente e mata ciliares: não existe. Nascentes de rios, várzeas, córregos, que era possível ser drenado já o fizeram.
Qual a lógica dessas ONGs? Como o descrito a seguir. O Greenpeace fundado em 1971 no Canadá, atualmente tem sua sede na Holanda, país que usa 400% a mais que o Brasil de Defensivos Agrícola (agrotóxicos...) por hectare (Holanda 4,59 kg/ha, Brasil 1,16 kg/ha). A Holanda destruiu 99,7% de sua vegetação nativa, se fosse recompor 0,1% ao ano; levaria 1.000(mil anos), para recompor a destruição. Mas é mais absurdo ainda constatar, que em 48 anos de existência dessa ONG (preocupadíssima com o meio ambiente), se a mesma tivesse contribuído com apenas essa quantidade (0,1%) seu País teria hoje (4,8%), 16 vezes mais vegetação nativa que possui atualmente (0,3%).
Como acreditar na preocupação da Cargill com o meio ambiente, com ONGs e entidades parceiras de países que destruíram quase totalidade de sua flora e fauna. Pior, nada fazem para reflorestar e/ou reconstituir.
Atenciosamente, Airto Zamignan de Balsas (MA)
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