1 de agosto de 2019

Pesquisador 'troca' EUA pelo Pantanal de MT após se encantar por onças e há 40 anos cria projetos de preservação



Douglas Brian Trent, registrou cerca de 80 onças-pintadas e mais de 2.400 aves no Pantanal. A identificação e a catalogação dos felinos é feita por meio de fotos das cabeças dos animais.


G1 MT




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Há quase 40 anos um pesquisador norte-americano trabalha documentando onças-pintadas, aves e outros animais em meio ao Pantanal Mato-grossense . O ecologista Douglas Brian Trent tem 62 anos e registrou diversos animais selvagens através de projetos de pesquisa e do trabalho que desenvolve como guia de turismo pelo Rio Paraguai.

Douglas é formado em ecologia, especializado em turismo sustentável, pesquisador e observador de aves desde 1980. Ele veio para o Brasil, e foi morar em Mato Grosso com o objetivo de desenvolver projetos ecológicos para preservação ambiental e combate à pobreza.

O ecologista contou ao G1 como se apaixonou pelas onças e um pouco da própria história. Na década de 80 ele estava viajando para Aripuanã, a 976 km de Cuiabá, em um ônibus com garimpeiros, quando viu pela primeira vez uma onça.

“Eu estava parado próximo ao veículo e de repente uma onça preta passou pulando na minha frente e atravessando a estrada, provavelmente atrás de uma presa. Naquele momento comecei a ter uma fascinação pelo animal, era muito bonita, e decidi ficar e ajudar na preservação da espécie e de outros animais” disse.
O ecologista contou que foi o pioneiro em trazer gringos para observar onças pelo Rio Paraguai. Em 1981, criou uma companhia de turismo de natureza e começou a trazer grupos de observadores dos Estados Unidos e da Europa, levando-os ao Pantanal para observar onças através de embarcações pelo rio.

Douglas começou a desenvolver projetos ambientais em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Um desses trabalhos foi o de identificação de onças-pintadas na Estação Ecológica do Taiamã, às margens do Rio Paraguai. Este trabalho foi concluído em 2008.

Em 2013, iniciou o projeto “Bichos do Pantanal”, para educação ambiental, observação das onças, e contagem de aves na região da Estação Taiamã. Este segundo projeto finalizou em 2015.

Através dos projetos ecológicos desenvolvidos, Douglas disse que mais de 44 mil crianças das escolas de Cáceres, a 220 km da capital, e outros municípios próximos, tiveram aulas práticas de educação ambiental. Esse alunos tiveram a experiência de observar aves utilizando binóculos e receberam orientações sobre a proteção das espécies.

O pesquisador trabalha com o estudo da preservação da biodiversidade. Com seus trabalhos já fotografou, identificou e catalogou cerca de 2.400 espécies de aves brasileiras o e 80 onças-pintadas pela região pantaneira do estado. A identificação e a catalogação dos felinos é feita por meio de fotos das cabeças dos animais.

O ecologista é diretor de pesquisa e coordenador técnico do projeto “Bichos do Pantanal” que foi retomado em agosto de 2018. Douglas nasceu na cidade de Russell, no Kansas, no Estados Unidos (EUA). Formou-se em ecologia no ano de 1979 e decidiu conhecer o mundo.

Douglas compartilhou com o G1 alguns registros que fez no mês de junho deste mês, quando fez uma expedição pelo Pantanal. Essas incursões são comuns, pois sempre está fotografando e documentando animais em meio a natureza pantaneira.

Dedicado a preservação da biodiversidade ao turismo ecológico e sustentável, apaixonado pelas onças e defensor das causas ambientais, Douglas veio para Mato Grosso e resolver ficar para lutar em prol ao meio ambiente e a natureza.


O ambientalista já passou uma temporada na África, e em outros países para desenvolver projetos ligados a sustentabilidade e levantar recursos financeiros e aliados para viabilizá-los.

* Sob a supervisão de Denise Soares


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