EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
O deputado estadual Silvio Fávero chegou a ser criticado nos gabinetes da Assembleia Legislativa e nas redes sociais pela defesa intransigente que fez do adiamento das eleições municipais.
“Não haverá ambiente para realizar o pleito municipal em outubro próximo sem a exposição dos eleitores e serventuários da justiça eleitoral ao risco d contágio do coronavírus”, argumentou o parlamentar.
Outra preocupação de Fávero é com o alto custo do pleito eleitoral. Segundo ele, “todo esse dinheiro, inclusive o Fundo Eleitoral, pode e deve ser canalizado para o combate ao coronavírus e para apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade social”.
Quem bravateou que a tese de Fávero não tinha suporte legal e que seria uma bandeira populista, agora vai precisar desconstruir os argumentos de Ives Gandra, que é considrado um dos maiores juristas do país.
Em entrevista a IstoÉ, Gandra não defendeu o adiamento das eleições municipais.
O jurista foi mais radical: “para mim, devemos prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos para 2022 e realizarmos eleições gerais para todos os cargos de uma vez só”
Diante da crise política e da pandemia, o senhor acha que as eleições de outubro devam ser adiadas? perguntou ao jurista Gandra o repórter da IstoÉ.
- Acho que elas já estão adiadas. Tóquio também disse que não adiaria as Olimpíadas de julho e adiou. O pico da crise do coronavírus começará a cair no final de agosto ou começo de setembro. Como é que poderemos ter eleições em outubro? Apesar dos ministros do TSE dizerem que ainda é prematuro falar em adiamento, não há a menor condição de termos eleições. Como vamos realizar convenções e comícios? Para mim, devemos prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos para 2022 e realizarmos eleições gerais para todos os cargos de uma vez só. As nossas urnas eleitorais são rápidas e haverá, inclusive, menos gastos com campanhas eleitorais -, respondeu Gandra.
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