Da Redação
Pequenos e médios produtores de bovinos estão profissionalizando cada vez mais a atividade ao investir em tecnologia. Uma delas é o confinamento para engordar o gado com menos tempo para o abate. O médico veterinário da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Jair de Albuquerque Siqueira, destaca que na região Norte do Estado, nos municípios de Matupá e Guarantã do Norte, foram implantados quatro confinamentos com a previsão de retirada de animais em 90 dias, com maior rendimento de carcaça e acabamento.
O Projeto Mato-grossense de Terminação Intensiva de Bovinos para Abate, elaborado pela Empaer, é voltado para o pequeno e médio produtor. Conforme Jair, com um plantel de 20 cabeças de bovinos, dependendo do peso de entrada, do sexo, da qualidade genética e da alimentação fornecida, o produtor poderá ter, em apenas um ano, até 100 animais terminados. “Os animais confinados ganham em média cinco arrobas e estão prontos para o abate com o peso médio de 17 arrobas”, enfatiza.
Dentre as vantagens do confinamento está a redução da área necessária à produção. Em apenas um hectare podem ser confinados até mil animais somente com ração balanceada. Além de evitar o desmatamento com a abertura de novos pastos e piquetes, contribui também para a geração de empregos direto e indireto. Confinamento é a prática de restringir a movimentação dos animais, colocando-os em instalações adequadas e fornecendo todos os nutrientes, inclusive água necessária ao seu pleno desenvolvimento.
O mercado está exigente e visando maior rentabilidade, melhoria na gestão e padronização do produto final. De acordo com o médico veterinário, a principal vantagem do confinamento é a engorda do animal em menos tempo. No sistema tradicional (a pasto), o bovino pode levar em média, após o desmame, dois anos para o abate. “Estamos orientando os produtores interessados no confinamento desde a elaboração do projeto até a montagem de toda a estrutura, que inclui a construção dos galpões de confinamento, da fábrica de rações, inclusive com piso de concreto e cobertura, além de máquinas, equipamentos, alimentação, entre outros”, esclarece.
No final do mês de maio (25 a 29/05), a diretora de Ater da Empaer, Selma Rodrigues de Moraes, juntamente com médico veterinário, visitaram os municípios de Campo Verde e Santo Antônio de Leverger para auxiliar produtores interessados na técnica do confinamento em suas propriedades rurais. A diretora Selma destaca que a visita em Santo Antônio contou com a participação de agricultores do município de Pontes e Lacerda, que estão buscando informações para realizar o projeto de confinamento da Empaer.
Conforme Jair, a rentabilidade depende de vários fatores, tais como preço da arroba na compra e na venda dos animais, preço dos insumos das rações durante o confinamento, peso de entrada e saída dos animais, duração do confinamento, qualidade da alimentação, etc. As taxas de rentabilidade variam entre 10 e 40% do capital investido (custeio + investimento), após cada lote terminado. “O pecuarista poderá ter um retorno de R$ 500,00 por animal no final do confinamento”, conclui.
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