Aprendi desde pequeno a importância da poesia rimada ouvindo meu pai recitar poesias de cego Aderaldo, Patativa do Assaré, aprendi gostar de cantorias com poetas, como Antônio Maracajá, Hernani Pereira, Lourival Batista, Louro Guedes, Pedro Bandeira, Geraldo Amâncio e muitos outros que demandaria um bom tempo escrevendo sobre.
A minha paixão pela poesia se estendeu lendo grandes autores como José de Alencar, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Machado de Assis entre outros. Todas as obras que li me ajudaram a entender a poesia além das rimas, além dos cordéis, mas de forma alguma me fizeram esquecer a importância deles.
Ser cordelista é antes de tudo um dom, aprender a fazer rima é gratificante para quem faz e para quem escuta. Quem recita um cordel coloca sobre ele toda sua emoção, às vezes em viagens dirigindo sinto desejo de fazer rimas, criar cordéis e manter vivo aquilo que me fez apaixonado por livros.
O livro tem um valor que poucos reconhecem, escrever um livro é fazer brotar da sua alma um sentimento de busca por arquivos encéfalos que vão aos poucos sendo transformados em textos, é colocar seu conhecimento a serviço da humanidade, é saber que tudo que é escrito traduz sua essência e suas verdades.
De tudo que li e aprendi um autor me chamou muito atenção, carrego ele na alma e também no coração, é velho patativa que não tem explicação, nunca frequentou escola, nunca estudou tabuada, tudo começou na roça lá na serra de Santana, quando usou o seu dom foi quando Antônio Gonçalves passou a ser chamado de Patativa.
Recordo-me com precisão da minha infância querida, quando trabalhava na roça no meu querido sertão, com oito anos apenas cuidava da plantação estudava de manhã e trabalhava à tarde, tinha um sonho de conquistar uma vida melhor. Foi ali que tudo começou quando deixei minha roça para seguir um outro caminho enfrentado os espinhos diferentes que não doía na carne, mas que doía na alma.
Hoje, superei, conquistei, desabrochei para viver uma vida de prosperidade, sem perder a minha essência, sem negar minha origem com a força divina do criador eu me tornei vencedor, enfrentei grandes desafios para chegar aonde estou. Não pense que foi fácil para o filho de dona Maria e senhor Antônio de Góes vencer, mas foi possível por nunca ter pensado em desistir.
Valdizar Andrade
Escritor/poeta, especialista em desenvolvimento humano e gestor do Recanto Compostela
📲 65 9673-8053 https://bit.ly/2GtY1BM
(arte Alexandre de Melo @alemelo39)
Nenhum comentário:
Postar um comentário