Introdução das variedades BRS Princesa (maçã) e BRS Farta Velhaco (banana da terra).
Rosana Persona / Lara Jordani | Empaer-MTNo Assentamento Rural Rio Santana, localizado no município de Nortelândia (253 km a Médio-Norte de Cuiabá), na área dos agricultores Santo Ferreira (90 anos) e sua esposa, Maria Santa de Jesus (68), estão sendo testadas duas variedades de banana com características agronômicas superiores às cultivares tradicionais. As mudas adquiridas pelo produtor foram produzidas pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e desenvolvidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Numa área de dois hectares, a família de agricultores cultiva milho verde, feijão, amendoim, mandioca, batata doce, e banana, além da criação de frangos e porcos. O técnico agropecuário da Empaer, Rafael Simões, fala que o cultivo na propriedade é para subsistência, sendo comercializado todo excedente produzido. Ele explica que o cultivo na Chácara Olho D’Àgua é feito no sistema agroecológico, sem uso de fertilizantes e defensivos químicos.
Na propriedade, o plantio de banana ocupa uma área de um hectare, onde já eram cultivadas outras oito variedades da fruta. Era necessário, porém, fazer a renovação do plantio a cada ano. A introdução das variedades BRS Princesa (maçã) e BRS Farta Velhaco (banana da terra) aumentou a produtividade e diminuiu a necessidade de renovação do plantio, já que apresentam maior resistência a doenças e pragas. O produtor explica que tem utilizado essas novas cultivares há mais de quatro anos, e que tem tido um bom resultado. As mudas produzidas na propriedade são ainda comercializadas para produtores da região.
O cultivo de banana representa a maior receita da propriedade. O técnico Rafael destaca que o produtor recebe todas as orientações técnicas para os cultivos e criações. “Foi possível inserir duas variedades de banana resistentes a doenças e mais produtivas. O nosso trabalho é auxiliar os produtores no manejo adequado da cultura e evitar a disseminação de doenças, garantindo lucro e renda para a família rural”, explica.
Cultivo de produtos para subsistência e comercialização do excedente. Foto por: Rafael Simões | Empaer-MT
Pesquisa e tecnologia
Há mais de 20 anos realizando a avaliação de cultivares de bananeira no Estado de Mato Grosso, o pesquisador da Empaer, Humberto Carvalho Marcílio, acompanha, por meio de Unidades Demonstrativas (UD), uma coleção de 50 cultivares de banana dos tipos Maçã, Prata, Nanica, Terra e outras. O objetivo é identificar cultivares com características agronômicas e comerciais que possam ser recomendadas aos agricultores familiares.
De acordo com Humberto, esse é um trabalho em parceria com a Embrapa que inseriu o estado na Rede Nacional de Avaliação de Cultivares de Plátano (banana da terra). Ele explica que a finalidade principal do trabalho é apoiar o processo de desenvolvimento da bananicultura de subsistência e comercial, com ações de pesquisa para selecionar cultivares mais produtivas e resistentes às principais doenças fúngicas, como a Sigatoka Negra.
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