13 de setembro de 2021
Sistema Turístico - "Apresentação do Sistema Turístico"
O que é o Sistema Turístico Tal como qualquer outro sistema, entende-se por
Sistema Turístico todo o conjunto de elementos que inter-relacionados,
coordenados de forma unificada e organizada contribuem para alcançar
determinados objetivos. Estes sistemas podem ser abertos ou fechados: são
sistemas fechados os que não revelam nenhuma acção do exterior, enquanto os
sistemas abertos são aqueles que são influenciados pelo mundo exterior
implicando, pelo menos, um acto proveniente do exterior que assegura a sua
manutenção. No que respeita especificamente ao turismo, este apresenta-se como
um sistema, ou seja, como um conjunto de elementos que estabelecem conexões
interdependentes entre si de carácter funcional e espacial como por exemplo as
zonas de proveniência dos visitantes, as suas zonas de destino e todas as
actividades que produzem os bens e serviços turísticos. Este conjunto é assim,
constituído por agregados e subsistemas que se decompõem em vários elementos
interdependentes e que formam estruturas internas. Assim, analisar o setor do
turismo passa por conhecer e compreender: As necessidades e expectativas dos
turistas, quaisquer que sejam a sua proveniência geográfica, nível cultural e
socioeconómico, idade, etc.; O território, nomeadamente a forma como as
atividades do turismo nele se integram e o uso que fazem do espaço; A forma de
intervenção dos poderes públicos enquanto agentes reguladores da atividade e
enquanto agentes interventores no espaço, nas infraestruturas, na cultura, na
formação, etc.; As estratégias dos atores privados enquanto utilizadores dos
recursos, potenciadores de novas atividades e como parte integrante do
desenvolvimento e inovação. Elementos do Sistema Turístico Ao tentar construir
de uma forma prática o sistema turístico e representar nele os seus vários
elementos e as inter-relações existentes, torna-se desde logo evidente a
existência de três grandes grupos de elementos: a procura, a oferta e a
envolvente (envolvente abrangendo o ambiente físico, económico, político,
social, etc). Apresentamos de seguida cada um destes três grupos de elementos. A
Procura A procura surge naturalmente como o elemento essencial do sistema. Sem o
turista não faz sentido pensar um sistema turístico – é em torno das
necessidades, expectativas e comportamentos do turista que se deve configurar
todo o sistema. De facto, o surgimento de novos produtos como o turismo
cultural, o turismo de bem-estar ou o turismo de negócios mais não é do que
ajustar a oferta a diferentes segmentos de mercado que surgem do lado da
procura: (i) perceber a sua evolução no sentido de uma crescente exigência em
usufruir de serviços de qualidade; (ii) responder adequadamente à alteração dos
períodos de férias para tempos mais curtos e repartidos ao longo do ano; (iii)
oferecer diversidade e complementaridade de serviços; (iv) pensar não apenas no
turista externo mas também no turista interno, também ele cada vez mais
sofisticado e exigente;… A Oferta A oferta, segundo elemento do sistema, inclui
todo o conjunto de atividades, produtos e serviços que materializam o próprio
turismo. É no lado da oferta que se enquadram as decisões estratégicas privadas
que condicionam e em larga medida determinam os caminhos seguidos pelo sector.
Um dos aspetos mais complexos da análise da oferta é a própria delimitação das
atividades que a compõem. De facto, este exercício de delimitação do sector
envolve sempre algum grau de subjetividade. Assim, optámos por incluir na oferta
o conjunto de atividades cuja atuação é determinante para o funcionamento do
próprio sistema. Nesse sentido, a oferta deverá incluir atividades que vão desde
tipos de alojamento diferenciados da hotelaria tradicional, passando por novas
vertentes da restauração até ao forte dinamismo das atividades de animação e à
oferta ligada a conceitos de saúde e bem-estar: Restauração e bebidas: inclui
restaurantes, cafés, pastelarias e serviços de catering; Alojamento: inclui
hotelaria, alojamento local, campismo e caravanismo, turismo em espaço rural,
termalismo (enquanto complexo termal), aldeamentos turísticos, etc.;
Transportes: inclui, além dos diversos meios de transporte, também o transporte
turístico, o rent-a-car, etc.; Distribuição: inclui as agências de viagens e
turismo e as plataformas virtuais de informação e de comercialização; Animação
turística: inclui atividades de animação cultural (teatro, música, salas de
espetáculos, museus, etc.), desportiva (golfe, desportos radicais, caminhadas e
passeios, caça, pesca, hipismo, marinas, eventos desportivos), ambiental
(parques e reservas naturais, rotas e itinerários, etc.), de entretenimento e
lazer. A Envolvente A envolvente, terceiro e último elemento do sistema, é o seu
verdadeiro enquadrador. De facto, uma atividade como o Turismo, intimamente
ligada ao espaço e ao território, utilizando e explorando recursos coletivos,
integrando e dependendo de áreas tão diversas como o ordenamento do território,
a construção e modernização de infraestruturas, a política de sustentabilidade
ambiental, cultural, educativa, de transportes, etc., torna fundamental falar da
envolvente enquanto espaço de intervenção dos poderes públicos (sejam eles a
administração central, sejam as administrações municipais, sejam ainda as
instituições descentralizadas as regiões de turismo, etc.) em áreas tão
importantes como: A conceção estratégica da atividade turística no sentido da
coerência e da consequência a médio e longo prazo; A permanente construção da
competitividade turística do território nacional, e particularmente das suas
diferentes regiões por via das especificidades e potencialidades de cada uma
delas; A efetiva manutenção dessa competitividade territorial do país,
agilizando processos, facilitando as ligações entre atores públicos e privados e
coordenando atuações, de modo a concertar a necessidade de regulação e
intervenção com as opções de investimento privado; O apoio financeiro ao
investimento através das diversas medidas de apoio criadas no âmbito dos fundos
comunitários ou outras. Em conclusão, falar apenas das atividades torna-se muito
redutor em qualquer caracterização do sector no sentido de que estas não existem
independentemente umas das outras. A perceção que o turista tem de qualquer
destino turístico resulta não apenas do conjunto de atividades oferecido, mas
também da sua interação, da forma como se coordenam e complementam, da forma
como são apresentadas. Assim, a oferta de qualquer produto turístico é, antes de
mais, um pacote de serviços integrados. Quando se fala em Turismo Verde, Turismo
Cultural, Turismo de Saúde e Bem-Estar ou Turismo de Negócios, por exemplo, o
que se fala de facto é da interação e coordenação entre um variado conjunto de
atividades como sejam o alojamento, a restauração, as atividades de animação,
etc. Por exemplo, no caso do Turismo Verde, a preferência do turista vai
geralmente para um alojamento em espaço rural, para um contacto com a natureza e
com as economias locais, incluindo a procura de uma restauração com
características gastronómicas e regionais, e atividades de animação vocacionadas
para práticas desportivas ao ar livre (como sejam as caminhadas) e a observação
da natureza (birdwatching, por exemplo).
Sistema Turístico
FONTE: https://knoow.net/cienceconempr/sectoresactividade/sistema-turistico/
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