O
Turismo no Meio Rural ocorre desde o início do ano de 80 que é a interligação
das atividades do Agronegócio com o Turismo, representando uma opção para a
diversificação das atividades no meio rural, bem como alternativa econômica
para o agricultor, teve inicio da região sul e sudeste, ganhando espaços no nordeste,
centro oeste e norte do Brasil.
Esse
processo foi se desenvolvendo como modismo, onda, nicho de mercado até ganhar o
status de segmento de turismo por parte do governo e de organismos e entidades
não governamentais, adquirindo assim uma forma maior de expressão no contexto
socioeconômico - ambiental e cultural.
Analisando
do ponto de vista econômico, pode-se observar que muitas são as dificuldades
para o desenvolvimento de atividades agrícolas, pecuárias e de pequenos animais
no meio rural, no âmbito dos riscos e da instabilidade propiciada pela política
agrícola e agrária nacional.
O
incentivo a diversificação das atividades no meio rural tendo como pano de
fundo o incremento do emprego e renda familiar, com a geração de novas frentes
de trabalhos permanentes ou temporários, a ocupação das famílias rurais nas
novas atividades, tem contribuído para a redução do êxodo rural.
A
verticalização, agregação de valores da produção e na comercialização dos
produtos tradicionais das propriedades, da agroindústria e do artesanato local, a interação social e
cultural com pessoas de todo o mundo globalizado, o equilíbrio ambiental e o
uso e ocupação racional do espaço rural, valorando os recursos naturais bem
como o próprio modo de vida do homem do campo, tem gerado no meio rural um novo
fator de produção não agrícola que é o Turismo rural na Agricultura Familiar
que se apresenta no país como fruto da necessidade que produtor rural tem de
buscar novas alternativas para viabilidade econômica e sobrevivência no campo.
O
Turismo Rural na Agricultura Familiar tem sido a contra mão do êxodo rural
principalmente dos jovens, justificado no estímulo de uma série de atividades,
como o processamento de produtos na fabricação de vestuários, doces, embutidos,
licores, sucos, etc., construções e instalações, serviços diversos públicos e
privados, transportes, hospedagens e alimentação e ainda o estimulo na
aquisição por parte de turistas e moradores locais, de produtos artesanais e
outros relacionados com as atividades no meio rural, o turismo não só tem
fixado o homem em suas propriedades como tem trazido de volta muitos que saíram
em busca de alternativas nas cidades e agora com o advento do Turismo retornam
e na maioria das vezes com estudos de graduação para desenvolverem em suas
propriedades atividades sustentáveis.
Mato
Grosso em seu cenário composto de uma diversificação única de atrativos
naturais e culturais, um estado grande por natureza que coleciona grandes
números no tocante a alguns fatores como: áreas naturais e de produção
agropecuária, tem também pessoas vindas de diversos países, e regiões do
Brasil, com etnias indígenas, população ribeirinha, remanescentes quilombolas
com diversidade cultural com costumes e hábitos preservados, algumas
infraestruturas física pronta e outras para adequação ao Turismo Rural na
Agricultura Familiar, capaz de atrair turistas.
Estes
recursos hoje se sobressaem em algumas regiões em experiências isoladas e
individualizadas como é o caso do Pantanal, Regiões Estratégicas como: de
Cuiabá, Cáceres, Rondonópolis, Barra do Garças, Tangará da Serra, Alta
Floresta, Sinop, Pontes e Lacerda, dentre outras..
O
estado apresenta uma grande potencialidade para o desenvolvimento do Turismo
Rural na Agricultura Familiar como Alternativa Econômica com sustentabilidade,
no contexto do cenário nacional e internacional se apresenta com grande
destaque no que se refere às potencialidades turísticas, no seu meio rural e
natural.
O
estado apresenta os ecossistemas: Pantanal onde está a maior planície alagada
do mundo, com uma grande biodiversidade, cultura preservada, o ecossistema
Amazônica com uma Floresta exuberante, importantíssimo nos aspectos ambientais
e para compor cenários em projetos de Turismo., o ecossistema Cerrado com um
cenário paisagístico ideal para a
atração de visitantes, com flora e fauna únicas, cachoeiras, cavernas e muitas
nascentes.
Toda
essa potencialidade natural, ainda não é tudo, Mato Grosso possui uma
diversidade em sua cultura com tamanho e intensidade tão grande quanto a sua
biodiversidade, são diversos fatores que podem e devem ser utilizados de forma
total, porém racional, como ferramenta de promoção do desenvolvimento.
Os
municípios de Cuiabá e Cáceres têm um importante papel para o desenvolvimento com
crescimento do Turismo, pois foram apontados como (destino) municípios
indutores do turismo, pelo Programa de Regionalização do Turismo do MTUr.-
Ministério do Turismo.
O município de Cuiabá tem uma vantagem por ser
a capital do estado e o portão de entrada dos turistas por terra, quando estes
vem por via aérea desembarcam no aeroporto de Várzea Grande, mas isto não tira
o título da Capital.
Assim
o Turismo Rural na Agricultura Familiar surge no âmbito das possibilidades para
estes municípios e entorno, num raio que poderá ser de até 250 km, serem
impactados e influenciados, já que esta atividade permite que sejam englobadas
outras formas de turismo simultaneamente, tais como o turismo gastronômico o
ecoturismo, turismo aventura, turismo de pesca, turismo histórico, turismo
cultural, turismo equestre, e muitos outros.
Não
se pode afirmar que o Turismo será a solução de todos os problemas sociais e
econômicos do estado nos territórios ou região proposta, mas sim uma ferramenta
de atuação em busca da melhoria da qualidade de vida dos habitantes envolvido
no meio rural e urbano.
A
grande procura por visitação no meio rural se apresenta como uma crescente
forma de se praticar o Turismo, pois é crescente o número de pessoas que buscam
uma maior interação com a natureza, fugindo dos estresses causados pelos
grandes centros, da correria do dia-dia, do trabalho, dos afazeres onde nos
finais de semanas e feriados saem em busca de paz e tranquilidade, deslocam-se
dos centros urbanos em busca de comunidades bucólicas, para descanso e contato
com a natureza, estão dispostos a conhecer o estilo de vida do produtor rural,
participar das atividades do dia a dia da zona rural e relembrar tempos já
vividos no campo.
Os
empreendimentos de lazer existentes no meio rural, hoje são insuficientes para
atender a população local e o turista, as pousadas, balneários e outros
empreendimentos de lazer estão sempre com lotação máxima.
É
viável que o Turismo Rural na Agricultura Familiar seja desenvolvido nas
regiões do entorno de Cuiabá, Cáceres, Rondonópolis, Barra do Garças, Tangará
da Serra, Alta Floresta, Sinop, São Félix do Araguaia e Pontes e Lacerda e
outros municípios polos, pois o mercado consumidor já existe que é a população
local, e está em crescimento com o aparecimento de turistas de outros
municípios, estados e países.
O
turismo rural em plena atividade, irá comprometer com os fatores que podem valorizar
as pequenas propriedades e revitalizar o espaço rural buscando formas
alternativas de reanimação econômica e valorização dos moldes de vida do homem
do campo, ser uma ferramenta para a promoção do desenvolvimento regional,
conscientizar que uma propriedade de forma isolada dificilmente consegue se
desenvolver, especialmente pela falta de articulações com o mercado, promoção e
divulgação, fomento e acesso à recursos financeiros.
Geraldo Donizeti Lúcio
Economista
Especialista
em Turismo Rural
Agente Técnico da EMPAER - MT
Autor do
livro Turismo no Meio Rural de Mato Grosso
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