O que dizer da atividade turística em áreas indígenas ?
As visitação em terras indígenas agora são disciplinadas pela Instrução Normativa Nº 3 da Funai.
De acordo com a fundação, as comunidades indígenas têm autonomia para explorar projetos de turismo em seus territórios, cabendo ao poder público o papel de monitorar e fiscalizar as atividades nas aldeias.
As visitações são agendadas com os próprios representantes das comunidades ou agências de turismo autorizadas por eles.
Com a norma coloca- se os povos indígenas como proponentes dos destinos, produtos e das atividades turística.
Neste caso não é a operadora de turismo que vai pedir autorização da Funai, para entrar nas reservas indígenas e acessar as aldeias, são os próprios povos indígenas que vão estar no protagonismo da atividade turística do lado a oferta turística e os demais componentes do mercado do lado da demanda são os coadjuvantes.
O poder público nos seus níveis, as operadoras, agências, guias de turismo, as ONG, as universidades podem ser parceiras (o), mas quem vai liderar o processo será a própria aldeia - comunidade local envolvida.
A instrução da FUNAI tem como objetivo criar regras para o turismo nas áreas indígenas, o que antes não existia.
O objetivo é normatizar, fazer com que o indígena possa ter um maior controle dessa atividade que pressupõe a entrada de não-índios dentro da terra indígena e isso não pode ser feito sem uma regulamentação, este foi o entendimento da FUNAI ao fazer a normativa.
Em Mato Grosso a Aldeia Wazare foi a primeira a protocolar um projeto junto à FUNAI - Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cuiabá (MT).
Protocolou, no último dia 21 de maio de 2021 o projeto turístico-cultural da etnia Haliti Paresi do estado do Mato Grosso.
O Projeto foi Idealizado pelo cacique Rony Paresi, da aldeia Wazare, prevê a visitação turística de não indígenas à Terra Indígena Utiariti.
O projeto será enviado à Sede da Funai em Brasília para aprovação.
De acordo com o coordenador regional da fundação em Cuiabá, Benedito Araújo, se aprovado, o projeto turístico poderá contar com recursos federais para sua execução.
Será o primeiro plano de visitação em Terra Indígena legalizado no estado do Mato Grosso.
Desde 2011, a aldeia Paresi promove o turismo como atividade produtiva de geração de renda.
Em 2015, foram determinados ritos para que tudo ficasse dentro da lei.
A aldeia está seguindo essas normas e será muito importante para a valorização indígena, declarou Benedito Araújo.
Já o cacique Rony Paresi afirmou que a iniciativa é resultado de um trabalho de dez anos em que os indígenas vem desenvolvendo o turismo na região.
O plano de visitação, segundo ele, foi elaborado por diversos parceiros para garantir a regulamentação junto à Funai.
É um momento histórico, pois foi um grande desafio realizar esse projeto de forma sustentável para valorizar a cultura indígena com muita responsabilidade, disse o cacique.
A proposta do projeto se pauta no ecoturismo e no etnoturismo de forma sustentável.
Uma das grandes preocupações do cacique Rony é de que a atividade seja sustentável, que de fato atenda a aspectos econômicos sem abrir mão do desenvolvimento social e ambiental.
Turismo não é só tirar foto, dançar e se pintar.
Mas sim responsabilidade.
Tem que ter um objetivo.
Pensar em qual mensagem e qual o resultado que se busca através do turismo.
Não só financeiro, mas cultural, social e ambiental, que torne possível uma conceituação de direcionamento com relação aos povos indígenas, sua cultura e todas as relações que nos cercam”, ponderou Rony Paresi.
TEXTO e FOTO: Geraldo Donizeti Lucio da EMPAER - MT
FONTE: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2021/funai-protocola-projeto-de-turismo-indigena-da-etnia-paresi
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