A Revolução Industrial provocou o fenômeno do êxodo rural ou seja a migração das pessoas do meio rural para os centros urbanos em busca de trabalho nas indústrias e também do conforto das grandes cidades
Este
fator culminou com a concentração de
riquezas que teve uma elevação
considerável nesse meio urbano, gerando uma nova classe de ricos
caracterizados, geralmente, por banqueiros, comerciantes e financistas.
Com o advento
do progresso industrial desenvolveu-se a produção de bens e consumo,
necessitando não só de tempo para realizar essa produção, como também de um
tempo disponível para que se efetue o consumo.
Durante
esse período ocorreram várias reivindicações por melhores condições de trabalho
conquistando-se, assim, a redução da jornada de produção e também os finais de
semana; direito a aposentadoria e férias remuneradas.
Assim,
o indivíduo passou a adquirir o aumento de seu tempo livre e, consequentemente,
do tempo de Lazer.
Ao
longo dos anos, o próprio Lazer passou a ser considerado como um bem de consumo
através do processo de criação de equipamentos e atividades específicas para
tal fim.
Partindo-se
desse contexto, uma das opções desse período de Lazer é o Turismo Rural com o
intuito de relembrar e ou voltar as origens.
Em alguns casos específicos o Turismo Rural está proporcionando a contramão do êxodo rural, dando oportunidade às pessoas que deixaram o meio rural por algum motivo, de voltar para suas origens e ainda receber estímulos para desenvolvimento de uma serie de atividades, como o processamento de produtos na fabricação de vestuários, doces, licores, sucos, construções e instalações, serviços diversos públicos e privados, transportes, hospedagens, alimentação, sem contar com o contato com o turista e os moradores locais, na hora da venda de produtos artesanais.
As necessidades do ser humano são consideradas por aspectos físicos, sociais e psíquicos, formando-se uma pirâmide onde em sua base encontram-se as necessidades físicas (fisiológicas e de segurança), seguidas pelas necessidades sociais (afetivas e de estima) e, alcançando o topo da pirâmide, as necessidades psíquicas (de auto-desenvolvimento e auto-realização).
Neste
termos o Turismo Rural pode então ser
caracterizado sob duas considerações: Objetivando a viagem como obtenção de
status ou buscando no Turismo uma atividade prazerosa em que, através do
conhecimento de novos lugares, com culturas diferenciadas, se busque
auto-realização e auto-desenvolvimento.
Oriundos
da Revolução Industrial, o processo contínuo de urbanização, a mecanização e
repetição das atividades de trabalho, a uniformização dos poucos espaços dos
locais de habitação, dos trajetos entre casa – local de trabalho e vice-versa,
e dos meios de utilização do Lazer, assim como a monotonia, o barulho constante
nas grandes cidades e o próprio stress fazem com que o cotidiano torne-se, para
muitos, insuportável.
O homem passa a encontrar o equilíbrio através
da fuga desse cotidiano.
Ao
aproximar-se dos finais de semana e/ou, especialmente, do período de férias, o
ser humano adquire muitos desejos e anseios quanto a sua utilização, de forma
que para aqueles que se sentem prisioneiros do processo de produção, esses
períodos são caracterizados pelo ato de sair, de viajar.
Férias
tornam-se então sinônimo de Turismo Rural.
Além
disso, o fato de não utilizar esse tempo com alguma viagem torna-se um
desprestígio social diante dos preceitos e condicionamentos impostos pela
sociedade de forma que as necessidades do indivíduo passam a ser satisfeitas somente
fora de casa.
Na
verdade, a motivação para a busca da satisfação dessas necessidades de Lazer do
indivíduo, através do Turismo Rural, envolve, muitas vezes, mais a fuga do
cotidiano do que algum interesse cultural, religioso ou qualquer outro.
ESCRITO POR:
Geraldo Donizeti Lúcio
Economista
Especialista em Turismo Rural
Fonte: https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/gt11-lazer-na-terceira-idade.PDF
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