O turismo regenerativo não é um nicho de mercado ou de viagens, como tem sido o turismo de natureza "ecoturismo", turismo rural, turismo com base comunitária, turismo de aventura e turismo sustentável nem uma palavra do modismo popular e que surgiu agora.
O Turismo Regenerativo, surge com base nas origens do chamado desenvolvimento regenerativo, que vem sendo discutido há mais de dez anos e é uma espécie de evolução do desenvolvimento do turismo sustentável, usando aqui um termo mais popular.
Podemos entender que o turismo regenerativo pode ser desenvolvido se apropriando de alguns outros segmentos já conhecidos e institucionalizados, porém com um rresultado de regenerar os fatores que formam os conceitos da sustentabilidade, natureza, ser humano, economia, política, cultura, dentre outros.
O termo popular sustentabilidade passou a ser conhecido e foi se fundamentando no mundo a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, e a Rio+20, que foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, também conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Sustentabilidade significa “suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras”. Fazer uma pergunta para geração atual, que futuro queremos para os nossos filhos, netos, bisnetos e tataranetos ?
Mas as gerações futuras já estão afetadas, e não é mais possível respeitar os limites do planeta se eles já foram superados.
Cada vez mais gente concorda que manter nosso modo de vida igual e tentar mitigar os prejuízos que ele provoca pra todos os seres é uma estratégia que não está funcionando.
Mesmo que o conceito de sustentabilidade tenha evoluído com o passar dos anos, ao utilizar um enfoque reducionista que tenta resolver os problemas dentro do mesmo marco em que foram criados esse paradigma continua excluindo os seres humanos ou até mesmo os colocando em oposição à natureza.
A sustentabilidade tem se dedicado a minimizar os danos e a usar de forma mais eficiente os recursos, mas, embora isso retarde a degradação, não é uma mudança de rumo.
É imperativo que se tenha uma abordagem diferente para essa questão, uma abordagem que cause mudança de pensamentos e de valores.
As pessoas que estão defendendo o turismo regenerativo argumentam que em vez de reduzir as mudanças climáticas, é urgente revertê-las segundo elas, o caminho tem que ser inverso, a contramão do que vem ocorrendo.
O futuro o planeta e da humanidade está na recuperação dos danos que atualmente são causamos, não só nos aspectos ambientais como também na sociedade envolvendo os seres humanos em seus pensamentos, sentimentos reações e atitudes, a sociedade urge por regeneração, nos aspectos econômicos no ponto do pressuposto em que o fator econômico que é o responsável pela satisfação das sociedades consumistas, existe portanto esta necessidade de regeneração.
Tudo isso é possível se mudarmos nossos conceitos e paradigmas e a nossa forma de pensar – e, consequentemente, de viajar.
Usar racionalmente, combinando os fatores racionalmente é um conceito econômico que pode ser aplicado ao Turismo Regenerativo, pensando a partir da natureza e permear todos os insumos e fatores que são responsáveis pelo destino e produto turístico, tendo o ser humano como protagonista e que também necessita do processo regenerativo.
Princípios do turismo regenerativo, segundo o The RegenLab for Travel:
Se origina no desenvolvimento e design regenerativos. É um novo paradigma.
Incentiva a geração de perguntas acima das respostas, o que nos ajudará na espiral de aprendizado.
Valoriza processos e relacionamentos mais do que coisas individuais.
Tem origem na comunidade e é pensado 100% com base na cocriação.
Promove a sabedoria coletiva e a colaboração.
Coloca a natureza no centro e é projetado para que os seres humanos coevoluam com ela.
Seu objetivo é permitir que a comunidade e seu ambiente floresçam.
Projeta experiências transcendentais que criam agentes de mudança.
Geraldo Donizeti Lucio
Economista.
Especialista em Turismo Rural.
Agente Técnico da EMPAER .
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