Fazenda Santa Maria do Monjolinho, no município de São Carlos, SP. Foto: André Furtado
Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja Para quem tem mais de 60
anos e conheceu o Brasil dos anos 50, certamente está impressionado com as
profundas mudanças positivas no cenário agrícola do país, durante este último
meio século. Nos anos 50 e 60, o maior contingente de brasileiros vivia no
campo e considerava viver na cidade um sonho distante, dadas as poucas opções
de trabalho disponibilizadas pelas regiões urbanas. A partir da década de 1970,
no entanto, iniciou-se no Brasil um intenso processo de industrialização,
gerando demanda por mão de obra não disponível nas cidades, para o que muitos
agricultores.
23 de janeiro de 2018 às 16h27
Amélio Dall’Agnol,
pesquisador da Embrapa Soja
Para quem tem mais de
60 anos e conheceu o Brasil dos anos 50, certamente está impressionado com as
profundas mudanças positivas no cenário agrícola do país, durante este último
meio século. Nos anos 50 e 60, o maior contingente de brasileiros vivia no
campo e considerava viver na cidade um sonho distante, dadas as poucas opções
de trabalho disponibilizadas pelas regiões urbanas.
A partir da década de
1970, no entanto, iniciou-se no Brasil um intenso processo de industrialização,
gerando demanda por mão de obra não disponível nas cidades, para o que muitos
agricultores foram atraídos para esses empregos. Por sua vez, esse fluxo de
cidadãos vindos do campo para a cidade gerou demanda por moradias, promovendo
mais empregos urbanos, na construção civil.
As cidades cresceram e
com elas os problemas de segurança, fazendo com que muitos ex-agricultores
sintam saudades da vida tranquila que levavam no campo, fazendo-os lastimar a
impossibilidade de retornar, tendo em vista a venda da propriedade e os novos
compromissos de trabalho assumidos na cidade onde agora moram. No entanto, o
que ainda é possível eles fazerem para desfrutar a vida nostálgica do campo,
seria desfrutar curtos períodos de tempo no interior, hospedando-se em
propriedades rurais transformadas em pousadas ou hotéis fazenda; incluindo a
que já foi sua.
Esses espaços,
denominados de turismo rural, estão cada vez mais demandados por cidadãos
urbanos em busca da paz e da tranquilidade encontrados no canto de um pássaro,
no farfalhar das folhas de uma árvore, no arrulhar de um córrego ou no som do
silêncio da mata. O cidadão global moderno, diferentemente dos antepassados,
está cada vez mais investindo em lazer, transformando o turismo numa das
maiores fontes globais de riqueza – cerca de 10% do PIB mundial, está vinculado
ao turismo.
Até a década de 1970 eram raras as famílias que viajavam a lazer. Fazer turismo
era privilégio para poucos. A grande maioria das famílias da classe média para
pobre, tinha muitos filhos e dedicava a maior parte do seu tempo e dos recursos
auferidos pelo trabalho, na criação dessa numerosa prole. Hoje não é mais
assim. As famílias modernas privilegiam o conforto, optando por ter menos
filhos e gastando mais dinheiro com turismo, incluindo o rural, que poderá ser
a casa de um ex-agricultor transformada em hospedaria para servir de lazer aos
urbanos, incluindo os ex produtores rurais urbanizados. Também, poderá ser a
casa de um produtor rural que não deixou o campo e cede parte das suas
instalações para receber turistas e incrementar sua renda, estimulando-o a
permanecer no campo, lugar que não gostaria de ver-se forçado a deixar.
Mas, adequar uma
propriedade rural para tornar-se uma aprazível pousada não é tarefa simples.
Não é qualquer residência que se adequa para tal propósito e nem é qualquer
espaço ambiental que serve. Precisa ter visual aprazível, oferecer serviços de
qualidade incluindo culinária típica do campo, instalações confortáveis, visual
relaxante e preços compatíveis com o pacote que entrega. Na Serra Gaúcha há
bons exemplos de pousadas e hotéis fazenda que deram certo. É necessário
analisar as causas que os levaram a ter sucesso e adaptar à realidade de cada
propriedade.
O Brasil tem potencial para incrementar sua indústria turística, cada vez mais
dinâmica, competitiva e exigente. Mas ainda somos pequenos na exploração desse
lucrativo negócio, comparado ao dos países desde onde vieram nossos
antepassados (Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, entre outros).
FONTE: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2018/01/23/turismo-rural-uma-opcao-de-renda/
Nenhum comentário:
Postar um comentário