Neste sábado (10/12), durante o Segundo Dia Especial de Turismo Rural, em Santo Antônio de Leverger. Evento começa às 4 horas da manhã, com uma caminhada na natureza
A Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), em parceria com o Programa REM, ministrou, para mulheres rurais, a oficina “Sabores do Cerrado”, sobre processamento do pequi, na Comunidade Morrinhos, no município de Santo Antônio de Leverger (34 km ao Sul de Cuiabá).
Com aproveitamento total do fruto, foram produzidos pratos doces (brigadeiro, mousse, rapadura, etc.), salgados (arroz com pequi), lasanha, sucos, pastas e pães, entre outros. A oficina contou com a participação de 13 pessoas e foi realizada entre segunda (06.12) e esta quinta-feira (08/12).
Toda a comida elaborada pelas agricultoras durante a oficina será apresentada no Segundo Dia Especial do Turismo Rural, a ser realizado neste sábado (10/12), na sede da Associação de Pequenos Produtores Rurais e Moradores de Morrinho (Aprumo). Os organizadores esperam a participação de cerca de 300 pessoas, que poderão degustar mais de 15 receitas diferentes com pequi.
A oficina foi ministrada pela extensionista social da Empaer, Malvineide Freitas, que ensinou a extração da polpa do pequi para elaboração de diferentes produtos. Segundo ela, é necessário cozinhar o pequi para retirar a polpa do caroço.
“É um processo que requer Boas Práticas de Fabricação e Manipulação de Alimentos. para garantir a segurança e qualidade. Após a extração, a polpa cozida pode ser congelada por um período de 12 meses”, explica.
Extração da polpa para produção de vários pratos
Malvineide Freitas destaca que um saco de pequi bruto pesa em torno de 50 quilos e pode render três quilos de polpa. No mercado atual, esta polpa está sendo comercializada por R$ 180,00 o quilo. Ela enfatiza que algumas pessoas têm receio em comer o pequi cozido com medo dos espinhos, “mas o processamento é uma alternativa viável e segura para quem gosta e ainda pode ser comercializado e consumido o ano todo”.
A produtora rural e artesã, Márcia dos Santos Silva, comercializa pequi há 18 anos e sua colheita é uma fonte de renda para a família. Com 18 pés em sua propriedade, vende toda a colheita, cuja caixa com 20 quilos sai por R$ 70, enquanto saco com 50 quilos sai por R$ 180,00. Já descascado e embalado, contendo 18 unidades, sai por R$ 10,00.
“Não tinha ideia de que tantos produtos poderiam ser feitos com a polpa do pequi. A oficina nos trouxe informações importantes e já penso em fazer a massa para produzir várias receitas. Além disso, posso quebrar o caroço e retirar a castanha. Seria o aproveitamento total do fruto”, enfatiza Márcia.
A produtora e artesã Márcia comercializa o fruto do pequi há 10 anos
A presidente da Aprumo, Niane Oliveira Rosa, comenta que em todas as propriedades rurais há árvores nativas do fruto do cerrado e boa parte do consumo vem dos frutos coletados no campo. Ela diz que durante o Segundo Dia Especial de Turismo Rural terá uma tenda exclusiva sobre a culinária e o cultivo do pequi.
O técnico da Empaer, Clodoaldo Maccari, estará nesta tenda para repassar informações sobre a produção de mudas sem espinhos, enxertadas e as variedades do fruto. “Neste ano, estamos mostrando o que poderá ser feito no futuro com o cultivo do pequi.”, salienta.
Turismo Rural - Neste sábado (10.12), a programação do Segundo Dia Especial de Turismo Rural, começa às 4 horas da manhã com a segunda caminhada na natureza, com um percurso de dois quilômetros até o Morro de Santo Antônio.
A programação é diversificada e conta com apresentação cultural, show, lançamento da trilha da professora Sebastiana da Silva Figueiredo e feira da agricultura familiar e outros. Os visitantes também vão conhecer um roteiro de atividades turísticas, com trilhas envolvendo 14 propriedades localizadas no entorno do Morro. O encerramento está previsto para às 17 horas.
O extensionista da Empaer e especialista em turismo rural, Geraldo Donizete Lúcio conta que vem atendendo a Comunidade Morrinhos há dois anos, fomentando o turismo rural na localidade. Os proprietários do Rancho Epona, Mirian Ferraz e Nilson Ferro foram os pioneiros na criação de trilhas e escaladas ao morro. Considerado um dos pontos turísticos mais conhecidos de Mato Grosso, especialmente para quem é adepto de trilhas, tem uma vista de cima de 360 graus.
A engenheira agrônoma da Empaer, Ludmila Bodnar, responsável pela assistência técnica aos agricultores familiares, fala que a comunidade tem potencialidade para a agricultura e o turismo rural, por estar no entorno do Morro. As propriedades cadastradas criam frangos, suínos, peixes (piscicultura) e frutos, entre outros.
“A Comunidade Morrinho é bem diversificada e está se preparando, a cada ano, para receber mais turistas”, esclarece Ludmila.
O evento é uma realização da Aprumo, em parceria com o Rancho Epona e Empaer. Mais informações pelo fone (65) 99994 9410.
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