Como estamos no limiar de mais um ano e sempre nesta oportunidade costumo escrever mensagens de alento, esperanças, admoestações, congraçamentos... ou mesmo tecer comentários de fatos acontecidos no decorrer do mesmo, ou até para em saudosa reminiscência lembrar o passado, mas lembrar o passado com um olhar poético, isto é, esquecendo os dissabores, pois geralmente as desilusões carregam consigo um sentimento abstrato, sem tradução precisa, pois faltam palavras para expressá-las e é nesse contexto que o poeta com maestria domestica e suaviza as rudes palavras, trazendo-as para uma conjuntura mais aprazível e reconfortante.
Com intuito fazer uma retrospectiva dos últimos acontecimentos e mesmo de “recarregar as energias”, cicatrizar as “fraturas expostas da alma”, estive em Chapada, não a buliçosa Chapada das festas, dos folguedos, dos festivais de invernos, das incomensuráveis e efêmeras alegrias, dos diferentes tipos de shows, dos balneários, das grandes multidões dos fins de semanas, entre outros, mas da Chapada mística, da chapada silenciosa e de beleza ímpar, da Chapada dos poetas, dos amantes e admiradores da natureza.
Do meu privilegiado ponto de observação, meu olhar poético percorria e esquadrinhava toda paisagem em minha volta permitindo-me uma visão fantástica de encher a vista e o coração. Extasiado, pude ver um “balé” de nuvens que embaladas ao sabor dos ventos formava intermináveis figuras geométricas, em um céu que parecia uma tela pintada por um artista imaginoso. Quase chego a perder o folego com tantas maravilhas, pois as belezas aqui não dão trégua ao olhar, acho mesmo que a vida aqui pulsa de forma compulsiva deixando quaisquer mentes contemplativas embasbacadas com tanta beleza. A água, os relevos, as matas, as veredas, as nascentes, “monumentos rochosos”, cachoeiras, cadeias de imponentes montanhas que parecem muros de grandes castelos medievais, completam o show de belíssimas paisagens. Cada montanha é uma lição de humildade ao Ser Humano, ante sua pequenez no universo.
Todos os componentes da natureza que aqui vicejam com todo esplendor e formosura, são apenas elementos que parecem triviais no cotidiano das pessoas, mas que aqui ante ao olhar atento do poeta, torna-as de uma beleza sem par, difíceis de conjugá-las em palavras. Há inúmeros “berços” e nascentes de pequenos, mas importantes rios que preguiçosamente serpenteiam as montanhas em intermináveis e sinuosas curvas, como que adiando sua chegada à foz no Rio Cuiabá, daí para o pantanal, para a imensidão para o infinito...
Com o sol aproximando do arrebol, inebriado com tanta formosura, com passos um tanto inseguro, respirar ofegante, mas com a alma “leve”, “cicatrizada”, anelante e quase a levitar, deixei aquele paradisíaco cenário, revigorado e com novo ânimo, pronto para enfrentar as peripécias de uma vida cotidiana cheia de adversidades, obstáculos, e múltiplos desafios.
Sou do grupo de Extensionista que consumiu a juventude como uma vela a se gastar em prol dos menos afortunados, dos que quase sempre “não tem voz”... com essas experiências, costumo fazer constantes digressões ao passado, passado este, quase sempre povoados de sonhos, lembranças... O que para alguns parecem apenas imagens em preto e branco ou inexistentes, em minha retina e memória estão nítidas, coloridas e muito vivas e vão abrindo as janelas do tempo de par em par inundando a alma de saudades.
Agora quase no crepúsculo de mais um ano, quando passamos por diferentes lutas, muitas delas desiguais, a ponto de quase exaurir nossas forças e emoções, mas Deus de forma miraculosa nos conduziu e tem nos conduzido com braços fortes e seguros, deixando-nos aptos para enfrentar novas etapas e novos desafios, no ano que descortina a nossa frente, pois o Extensionista além de ser um “sinalizador de direções”, “condutor de convergência e Harmonia” é um “forte” que nunca desiste ou desanima ante dificuldades mil.
Oxalá que no ano vindouro, com o advento de novas lideranças políticas, com novos rumos, novos projetos e metas, os fluídos benfazejos do bem-estar, da prosperidade, aliado a vontade dos governantes possam ser favoráveis a nós e nos possibilitem levar avante nossa árdua, porém gratificante tarefa de propiciar aos Agricultores Familiares melhores condições de vida e meios para conduzir suas propriedades de forma a render lucros aliado com qualidade de vida, extensivas a toda família.
Feliz natal a todos,
Várzea Grande dezembro 2022
Isaías Oliveira é Supervisor Regional da EMPAER de Cuiabá
Parabéns linda e maravilhosa mensagem de reflexão para um novo ano de muitas bênçãos eu creio.
ResponderExcluirParabéns Isaías pelas belas palavras, que mensagem de reflexão lindas .....
ResponderExcluirGrande chefe, sempre poético, sempre com a extensão rural como motivo de vida.
ResponderExcluirGrande abraço,
Maravilhosa mensagem, amado guru e mentor!
ResponderExcluirParabéns pelas sábias e acentuadas palavras, bem como o teu desejo de dias melhores aos conterrâneos.
Que o Senhor te abençoe e ilumine sempre.