16 de setembro de 2024

Geraldo Lúcio e a sua história na EMPAER, uma homenagem aos 60 anos da Empresa


 Meu nome é Geraldo Donizeti Lúcio, entrei na EMATER com Técnico em Agropecuária através de concurso público no mês de agosto do ano de 1983, meu concurso foi considerado até o  final do ano de 1984, quando a EMATER me chamou e me enviou para Figueiropolis Do Oeste na época era era Distrito de JAURU e depois para a Comunidade de  Vila Nova no município de Cáceres até meados do mês de  junho de 1985 onde fui convocado para fazer o tão esperado PRÉ-SERVIÇO. Foram quase dois meses (57 dias) de pré -serviço no Centro de Treinamento da então EMATER do Parque do Lago em Várzea Grande, iniciando em meados do  mês de junho e finalizando no início do mês de agosto de 1985.

Nesta época era pré requisito aos técnicos da “EMATER” - hoje EMPAER, passar pelo processo do pré-serviço para estarem aptos a desenvolverem seus trabalhos de campo. 


O Centro de treinamento era de uma estrutura incomparável para época, dotado de estruturas físicas para  hospedagens, alimentações, auditório, salas de aulas, quadra de esportes, campo de futebol, área de experimentos agropecuários e de pequenos animais, e com uma estrutura administrativa pessoal com zeladores, cozinheiras, atendentes, braçais no campo e até a figura do prefeito que gerenciava tudo. Com o advento das gestões políticas de Mato Grosso, com o discurso de avanços e melhorias nas ações sociais esta estrutura foi cedida para a então Fazendinha (FEBEMAT), para receber crianças com problemas diante da sociedade e assim a EMPAER deixou de ser a proprietário do seu Centro de Treinamento de Técnicos e Agricultores,


Me lembro de alguns nomes de técnicos do pré-serviço de 1985 que me marcaram, Wellington Procópio, Alemão, Ivelize, Margarete Ramos , Osmundo, Thelma Ohorio, Geraldo César Preto, mas com certeza foram muitos os colegas que ali estiveram e cada um tem a sua história.

Me lembro também de alguns instrutores (professores) Abdala, Osmano, Chico Paulo, Ivon, Ricardo Arruda, Benito, Messias Bering, Fatima, Rochinha, e outros. 


Gostaria de falar um pouco sobre o el paredon, um momento em que cada um de nós técnicos individualmente tínhamos que nos apresentar na frente de todos os participantes e éramos avaliados (julgados) pelos próprios colegas. ( Era sofrível como dizíamos na época) 


A gente escolhia um tema e este tema era usado em todas as metodologias, estratégias, recursos didáticos e aprendizados obtidos.


Os instrutores ficavam na sala como observadores o aluno (técnico) se apresentava, definia o público dentre os presentes (pequeno. médio ou grande produtor) e iniciava o seu evento com o tema escolhido previamente como se estivesse numa situação real de campo.


Antes de nos  apresentarmos  no El Paredon nos tínhamos que aprender o que era e a  dominar os recursos didáticos da época : Lousa, Álbum Seriado, Mimeógrafo, Máquina Fotográfica, Gravador, Cartaz, Convite, Pincel Atômico, Retroprojetor, Máquina de Datilografia, Calculadora. 


Além dos Recursos Didáticos tínhamos que aprender  sobre as metodologias estratégicas necessárias para o nosso trabalho e extensão rural e assistência técnica e assim conhecemos a  Palestra, Demonstração de Método - DM, Demonstração de Resultado - DR, Unidade Demonstrativa - UD, Seminário, Workshop.


Aprendemos como elaborar uma Matéria para Jornal - como fazer uma Gravação em gravador em Fita Cassete, como tira Fotografias temáticas e de qualidade, a forma de pegar no pincel atômico para fazer as letras grossas e finas nas cartolinas, as combinações de cores no tema, subtema e conteúdo em álbum seriado .


A arte de falar em público, usando estratégias de se adequar a realidade do  nível de cada clientes.


Éramos orientados a usar nas mãos alguma coisa para descarregar a adrenalina no momento de falar em público, podia ser uma régua, um apontador de metal, na época na existia apontador a laser, um livro em fim algo que poderíamos segurar nas mãos para driblar o nervosismo.

Outra estratégia era de não olhar diretamente nos olhos das pessoas participantes- sempre fixar os olhos em algo ou no muito na testa das pessoas.


Eu escolhi o tema “Controle de  Cupim de montículo” (Syntermes molestus).

Com  este tema eu fui para o El Paredon várias vezes e usei todos os recursos didáticos, metodologias, estratégias e conhecimentos e fui avaliado e julgado pelos colegas, foram quase 2 meses usando o mesmo tema no pré serviço que no final os meus colegas já estavam cansados de ouvir Cupim  de Montículo que faziam brincadeiras invertendo o meu tema para  “MONTÍCULOS DE CUPIM” e até me apelidaram de - Cupim de Montículo.


Outra coisa interessante que marcou no pré serviço foi a realização da festa junina o destaque dessa festa junina foi o padre interpretado pelo nosso amigo Reinaldo Lofi o popular Alemão. O Alemão usando palavras de duplo sentido no dialeto alemão divertiu muito a festa.


Um momento tenso no pré serviço foi a etapa final em que tínhamos duas situações de suspense, a primeira era da aprovação, pois em todo processo estávamos sendo avaliados e com possibilidades de reprovação e não sermos contratados definitivamente, outra situações era com relação a lotação, pois nem todos estavam seguros do seu local de trabalho, alguns sim e outros não , incluindo a minha situação, o meu escritório de origem era Vila Nova, (atual Horizonte do Oeste), onde eu tinha o veículo em meu nome, um Toyota ano 1983, a conta bancária do escritório, a secretaria e o local todo mobiliado, mas as coisas tomaram um outro rumo, me chamaram para uma reunião e lá me comunicaram que eu estava aprovado para o trabalho, mas que eu não iria voltar mais para Vila Nova e sim para um município da mesma região denominado Rio Branco, seria uma troca de lugar com o colega Nelton Varella, um Técnico Agrícola que estava precisando de mudar de localidade e de ares por motivos de interesse da empresa e do próprio técnico, e lá fui eu para Rio Branco para uma história de que durou 15 anos de experiência de trabalho e de vida - do ano de 1985 até o ano de 2000.


No dia 15 de setembro de 2024 a Empaer-MT completou  60 anos de história e eu tenho 40 anos nesta história com a minha vida com minha esposa, filhos, nora, gênrros e netos.


A EMPAER está em 123 municípios no Estado de Mato Grossi  com 148 unidades operativas, incluindo laboratórios, escritórios, campos experimentais e outros,  atua para atender com excelência os agricultores familiares tradicionais e assentados da reforma agrária, pescadores, ribeirinhos, homens da floresta, indígenas, quilombolas e extrativistas do estado.


Seu papel é de Incentivar boas práticas rurais e difundir tecnologias para promover o desenvolvimento sustentável no campo está é a sua missão.


 O que posso dizer aqui primeiramente agradecer a Deus pela minha vida e poder em vida parabenizar a Empaer-MT pelos seus 60 anos de contribuição tanto para a extensão rural quanto para o crescimento do Estado de Mato Grosso no qual em me incluo juntamente com meus valentes e valorosos amigos extensionistas, técnicos e pesquisadores .


Margarete Ramos e Geraldo Lúcio na comunidade Fortuna em Rio Branco 1985 

Feira da agricultura em Rio Branco em frente a EMATER -1989

Reunião no  Sarizal - Lambari D’Oeste - 1986

Em frente o escritório da EMATER de Rio Branco -1987 


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