Aconteceu em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá), a criação do Núcleo de Agroecologia da Baixada Cuiabana (NABAC), que pretende dar apoio à comunidade e às práticas agrícolas, bem como, ensino, pesquisa e a extensão rural. O projeto piloto será executado no distrito da Água Fria, trabalhando com jovens de 13 a 16 anos. A reunião foi realizada na sexta-feira (14.09), na Secretaria de Turismo e contou com a participação de empresários, produtores rurais, pesquisadores e outros.
A pesquisadora da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria Elienai Luiz Correia, fala que o Núcleo conta com a participação de vários parceiros e busca o desenvolvimento rural com alternativas para produção de alimentos saudáveis, sem a utilização de agrotóxicos. Conforme Elienai, é importante o reconhecimento das potencialidades de uso do solo associados à biodiversidade local e a maneira como o homem do campo lida com a natureza original.
Outro fator importante para o projeto a ser desenvolvido no distrito da Água Fria é a possibilidade do desenvolvimento do turismo, uma vez que a cidade recebe turistas de diversas regiões do Brasil e a agroecologia é uma forma racional de cultivo preservando o meio ambiente. Serão implantadas Unidades Demonstrativas conforme a demanda, como por exemplo, de adubação verde, demonstração de recuperação de solo e outros.
O presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Nossa Senhora Aparecida, Domingos Rodrigues Sampaio, fala que os produtores do distrito da Água Fria produzem laranja, frango, horta orgânica e outros cultivos. Segundo o presidente, é aguardada a implantação de uma horta comunitária sem a utilização de agrotóxicos. “Os produtores vão apoiar a iniciativa da Empaer e parceiros na produção de alimentos mais saudáveis”, explica Domingos.
O produtor rural do Vale do Jamacá, Eloir Bernardon, possui uma propriedade de 44 hectares, e há 31 anos trabalha com a agroecologia, produzindo alimentos orgânicos. Nos últimos anos, aderiu aos sistemas agroflorestais na criação de florestas e produção de alimentos livres de agrotóxicos. Nesse sistema agroflorestal o espaço entre as plantas é pequeno e a diversificação é grande. Num só canteiro, por exemplo, foram plantados as culturas de abacaxi, abacate, banana,tamarindo, leucena, aroeira, copaíba, algodão, uvaia, inhame, mandioca, cará e outras. Todo plantio não utiliza agrotóxico e nenhum tipo de adubação. Conforme o produtor, na lateral do canteiro são cultivadas gramíneas e outras sementes que servem para proteger e adubar o canteiro.
Proferiu palestra sobre a criação do Núcleo, a psicologa Marjorie Vieira e o coordenador do Núcleos de Estudos e Pesquisa em Agroecologia Goiano, Milton Sérgio Dornelles, abordou sobre o trabalho e exepriência executado em outro Estado.